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Caminho Português - Rubiães - Porriño

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Trail stats

Distance
23.75 mi
Elevation gain
1,342 ft
Technical difficulty
Difficult
Elevation loss
1,867 ft
Max elevation
963 ft
TrailRank 
38 5
Min elevation
56 ft
Trail type
One Way
Moving time
7 hours 30 minutes
Time
8 hours 25 minutes
Coordinates
6639
Uploaded
October 18, 2021
Recorded
October 2021
  • Rating

  •   5 1 review
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near Costa, Viana do Castelo (Portugal)

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Itinerary description

Etapa 4
Rubiães a Porrino 38,25km
Acumulado 157,19km
Sabem como é aquelas noites que se dormem num único sono? Foi o que consegui no Albergue Casa de São Sebastião em Rubiães. Ser o único peregrino do albergue, que fica situado quase no meio do nada, permite um silêncio magnífico. Luz zero após desligar o interruptor. Não foi preciso saco de cama, porque o albergue dispunha de roupas de cama, o que também ajudou no conforto, porque o saco de cama às vezes atrapalha. Foi com alguma dificuldade que consegui sair da cama, nas sabia que tinha uma etapa longa pela frente e não queria começar tarde.
Como não tinha comida, porque o dia anterior foi domingo e estava tudo fechado comi apenas umas bolachas, arrumei a mochila, coloquei 2,5 litros na bolsa de hidratação, mesmo da torneira, antes essa que nenhuma. Cá fora o tempo continuava farrusco, continuava a cair alguma humidade, a dona do Albergue disse que havia um mini mercado perto, que eu estava a contar para me abastecer de comida para durante o dia. Mas andei pela estrada até as setas amarelas me mandarem para o campo e não encontrei nada... Comecei a pensar que era desta que ia passar fome, se for daquelas etapas que se anda pelo campo e nada se encontra, garantidamente que é desta que fico elegante.
O caminho seguiu por trilhos muito bonitos, corria muita água na lateral do caminho, sinal que de noite tinha chovido bem. Eu estava a torcer era para ter chovido tudo, já chegou ontem andar todo molhado. O trilho terminou junto de umas casas e tinha de se atravessar a estrada. O que acham que estava do outro lado da estrada? Era o tal mini mercado, que também era o café lá da zona. Mas tinha entradas separadas, lá dentro é que era tudo junto. Comprei pão (eu só no caminho é que como pão), queijo e fiambre para fazer as minhas sandes. Meti tudo na mochila, ainda fiquei um bocadinho a falar com o dono do mini mercado sobre o Caminho e lá parti todo satisfeito porque fome não ia passar. O caminho continuava mesmo ao lado, dava para ver as capoeiras bem recheadas de galinhas, depois entrava num bosque, com uma zona de água mais elevada que caia através de uma cascata para o ribeiro que seguia mais em baixo. Claro que uma paisagem destas tem de ser registada, e lá faço a minha gravação. Depois guardo a câmara e coloco o chapéu encaixado na bolsa como anda sempre, ops... Não havia chapéu para encaixar. Onde terá ficado?
Volto para trás, ainda tinha andado apenas uns 200 metros, se estivesse no mini mercado não era grave, o pior era se tinha ficado no albergue, eram mais 2km para casa lado. Mas ainda na quinta feira comprei o chapéu, não é para o perder assim. Entrei, fui ao local onde pousei a mochila e lá estava ele, em cima das caixas dos ovos, lembrei-me logo das galinhas...
Após resolvido este assunto, toca a caminhar que ainda havia muito para andar. O caminho segue serra a cima, praticamente sempre fora de estrada, durante mais dois quilómetros, de seguida entra numa povoação, que já está pavimentada com alcatrão eleitoral, aquele que metem sempre que há eleições. Passei por um velhote que tinha muita dificuldade em andar, mas que com um vozeirão que nem parecia sair de uma criatura tão fragilizada, me desejou um sonoro Bom Caminho. Agradeci e continuei a subir durante mais um quilómetro. Lá no alto, com uma cota de 294 metros já aparece uma estrada mais movimentada, mas é sol de pouca dura, porque rapidamente as setas amarelas me levam para a descida, só que é uma descida de pedras rolantes. Parecia que tinham andado a juntar pedras para por ali. Mas tirando essa parte, o caminho era bonito. Com algumas zonas bem íngremes e intercalando entre alcatrão e terra batida, passaram mais 5 km e estava a uma cota de 34 metros. Finalmente apareceu a planície para dar descanso aos meus pés. Também apareceu uma mesa de pedra que não desperdicei a oportunidade de fazer as sandes e comer logo uma.
O caminho daí para a frente foi plano e ao fim de mais 5 km estava a entrar na zona urbana de Valença do Minho. Digo zona urbana porque dali até Valença houve sempre casas. Encontrei uma capela aberta, não havia ninguém mas a um canto estava lá o carimbo. Aproveitei para carimbar a credencial e segui caminho. Quando ia a caminhar pela rua mesmo ao lado da linha do comboio, não pude deixar de pensar, ainda há pouco tempo vim por esta linha a caminho de Portugal, já estou a voltar a pé...
Passei a ponte e num passar de ponte lá se foi uma hora, não achei muita graça, uma pessoa com tanto para andar e ainda lhe roubam assim uma hora. Tomei consciência que hoje o meu dia só ia ter 23 horas.
Já em Tui, fui até à zona ribeirinha, porque sabia que lá havia mesas e aproveitei para tratar da merenda ou do almoço, como queiram chamar, eu comi porque tinha fome. Após resolvida essa formalidade, segui as setas pelas ruas de Tui, que quase dá a parecer que se trata de uma visita ao centro histórico, o pior é que há ruas que não sabem se são ruas ou escadas e estão constantemente a aparecer degraus. Coisa que os meus joelhos não gostam muito. Saí de Tui para um caminho no campo mas que rapidamente entra numa estrada, ainda tem um pequeno desvio para passar junto de uma igreja, mas depois volta à estrada. Junto há igreja há uns bancos de pedra e aproveitei para cuidar dos pés e tentar perceber a razão da dor no dedo 4 do pé esquerdo. É que a caminhar a unha no dedo 5 bate lá. Estive a comparar com o pé direito e o formato da unha é diferente. Agora com esta Idade vou reclamar a quem esta anomalia? A garantia já passou aos anos. Meti vaselina, pelo menos escorrega e lá fui estrada a fora. A estrada tem uma zona para o caminho de pedestres e em algumas zonas tem mesmo protecção, mas é estrada. Lá fui andando quase em modo automático, porque ali havia pouco para ver, até que finalmente entrei num bosque, recordava muito bem aquela zona quando passei de bike, por ser muito bonita, com cursos de água e pontes que pelo aspeto devem ter uns milhares de anos.
Ao aproximar da zona industrial de Porrino, há agora uma variante que permite caminhar pelo bosque em vez de passar no parque industrial, mas o caminho é mais longo. Nem hesitei, porque a passagem pelo parque industrial é uma reta que nunca mais se vê o fim e em alcatrão. Até de bike foi uma seca, imagino fazer aquilo a pé. Então segui pelo bosque onde voltaram os caminhos ao lado de ribeiros, um verdadeiro paraíso. No fim também tem estrada mas muito mais soft e agradável, com passeio para se poder caminhar. Com tudo isto já ia em 34km e eu pensava que eram 36km, estava quase. Mas tal como ontem não foi como eu previa, como o caminho que estou a seguir foi gerado num mapa digital, o caminho real pode ter algumas diferenças, normalmente as subidas o digital não conta como subida mas apenas a distância plana, ou com pouca alteração. Então quando fui verificar o que faltava percorrer vi sua me foram oferecidos mais 2km. Ainda faltava 4km para chegar ao albergue.
Bem, se falta tem que se andar, é daquelas coisas que só temos mesmo é de aceitar. O caminho nisso é muito bom a dar estas lições. Percorri as ruas de Porrino e lá cheguei ao Albergue.
Depois foi o habitual, tomar banho, lavar e secar a roupa, mas desta vez na máquina, porque aquela hora já não dava de outra forma. Ir ao supermercado comprar coisas para o Caminho de amanhã e o jantar de hoje. Fazer o jantar e claro, escrever a cronica.
Amanhã a etapa é de 33,8km, mas já vi que tem algumas subidas e descidas, por isso o melhor e contar logo com uns 35km, para não ter surpresas.

Waypoints

PictographReligious site Altitude 906 ft
Photo ofCapela

Capela

Construída em 1825

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