CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (1ªETAPA) SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
near Porto, Porto (Portugal)
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Itinerary description
FOTOS DESTA E DE OUTRAS TRILHAS EM ”CAMINHANTES"
Sobre o Caminho Português, tal como para todos os outros, não se pode falar com rigor de um único caminho. O Caminho Português da Costa, que liga o Porto a outros concelhos costeiros, com a alternativa de ligação à Galiza, ultrapassando o rio Minho em La Guardia (frente a Caminha), Goian (através de Vila Nova de Cerveira) ou mesmo Tui (por Valença do Minho) era, segundo alguns historiadores, um dos eixos mais importantes para alcançar a casa do apóstolo em Santiago de Compostela, ganhando a devida importância somente na época moderna, a partir do século XV, sendo utilizado pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
O Caminho Português da Costa é aquele em que a simplicidade das gentes enobrece os lugares históricos e embeleza as paisagens naturais. Cada passo é acompanhado por um suave cheiro a maresia que dá força à mente, colocando à prova o corpo, rumo ao objetivo traçado. Cada dia oferece momentos para serem saboreados e apreciados, onde a imensidão do oceano contrasta com as montanhas que delimitam o Caminho, criando um misto de emoções de suster a respiração. As gentes do mar, com a sua autenticidade, tratam o caminheiro de forma afável e orgulhosa, sem se escusarem a apoiarem cada peregrino na sua missão de alcançar o próximo marco. O Caminho da Costa tem uma espiritualidade própria, vivida de forma única por cada peregrino, o que torna cada viagem, através da natureza em estado puro, numa caminhada que tem tanto de serena como de emocionante. As montanhas de uma beleza singular cruzam os vales que refletem o brilho dos rios e riachos, refrescando assim as passadas de quem por ali passa e renasce. Após cada curva, um novo cenário idílico acompanhado pelo mar. É que só neste caminho é que se pode apreciar a relação entre as tranquilas praias e as fortes ondas do Atlântico. A aragem do mar, com o seu característico cheiro a sargaço a secar nos areais, que o mar traz e leva, compõe um quadro perfeito. Ao longo do caminho, assistimos, através destas paisagens, à personificação de muitos momentos da vida que levam o pensamento a encontrar um sentido. Pelos centros históricos escutam-se estórias sobre os que passaram, partilhadas pelas gentes que recebem. A admiração e sedução por cada momento ficam guardadas, apelando a um regresso, rápido, por este Caminho. Este é o trilho para quem procura novas sensações, que ultrapassam o corpo e aclaram a mente, através de uma viagem em que o espiritual se completa com o interesse cultural e paisagens de tirar o fôlego.
Descobre o teu Caminho...
Fonte: http://www.visitporto.travel/Lists/ISSUUDocumentos/CaminhosSantiago_CaminhoDaCosta.pdf
O “Caminho Português da Costa” aqui traçado segue principalmente a orla marítima a partir do burgo portuense passando por Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, La Guardia, Baiona e Vigo antes de se juntar com o Caminho Central em Redondela até Pontevedra. Aqui optamos por seguir a Variante Espiritual passando por Armenteira, Vilanova de Arousa e Pontecesures onde se volta a juntar com Caminho Central até à Catedral de Santiago de Compostela.
1ª ETAPA
SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
Saímos da Catedral da Sé do Porto, um dos monumentos portuenses mais antigos que provém do século XII após a eleição do Bispo D. Hugo, Arcediago da Sé de Compostela. Foi a este que em 1120 a rainha Dª Teresa doou o burgo portucalense e o seu respetivo couto de onde proveio a dita catedral. Seguimos em direção à Praça da Ribeira ao encontro das margens do Rio Douro onde podemos contemplar todo o conjunto arquitectónico ribeirinho de Vila Nova de Gaia, os Barcos Rabelos e as Caves do Vinho do Porto. Agora acompanhamos o rio até a sua foz, mais adiante passamos no Edifício da Alfândega do Porto, mandado edificar a 25 de Setembro de 1859, na praia de Miragaia, segundo projecto do arquiteto francês Jean-François Colson, tendo o seu primeiro núcleo sido inaugurado em 1869 e terminada a construção dez anos mais tarde.
O percurso segue a marginal do rio, passamos junto ao Museu do Elétrico antes de chegar à Foz do Douro, no Jardim do Passeio Alegre. Agora chegamos ao Atlântico, o mar que vamos acompanhar em direção a Norte, rumo à Catedral de Santiago de Compostela, seguindo as suas belas praias, passando pelas cidades e vilas com forte ligação ao mar. Seguimos prioritariamente pelos passadiços de praia, tendo sempre presente o mar e os areais das pequenas praias do norte… praia dos Ingleses, do Molhe antes de chegar ao Forte de São Francisco Xavier, em posição dominante sobre o oceano Atlântico e a pouca distância da foz do rio Douro, é também conhecido como Castelo do Queijo por, segundo a tradição, ter sido edificado sobre uma rocha de granito arredondada, e com um formato similar ao de um queijo (penedo do Queijo). Pouco depois percorríamos a marginal de Matosinhos e estávamos no Zimbório do senhor do Padrão que assinala o local onde, segunda a lenda, terá dado à costa no dia 3 de maio do ano 124, a imagem do Bom Jesus de Matosinhos. Mas só em 1758 é que se edificou o zimbório que hoje pudemos contemplar, conhecido também por Senhora da Areia, devido ao monumento se encontrar naquela data isolado no meio de um vasto areal. Atravessamos o Rio Leça pela Ponte Móvel de Leça, no porto de Leixões. Esta ponte tem como objetivo ligar as duas margens do porto, mais concretamente Matosinhos a Leça da Palmeira, mas também levantar para os navios poderem navegar através dela. É um importante meio de ligação, pois se tal não existisse não seria possível a travessia do porto com tanta facilidade.
Agora, percorrendo a Rua Hintze Ribeiro, encaminhamo-nos para a Praia de Leça e daqui seguimos pelo seu extenso passeio marítimo até ao Farol de Leça da Palmeira ou da Boa Nova, inaugurado em 1927, ainda hoje se mantém funcional, ainda que monumento de arqueologia industrial. No norte, foi o primeiro farol elétrico a surgir e noutros tempos foi farol aero-marítimo e sede de escola de faroleiros. São 46 metros de escada em caracol, mais propriamente 225 degraus. Tem um alcance luminoso médio de 39 milhas.
Continuamos ao longo da orla marítima até ao Obelisco da Memória cuja construção foi efetuada em memória do desembarque de 8 de julho de 1832, da esquadra comandada por D. Pedro IV composta por um exército de 7500 homens, com o intuito de instaurar no país um regime moderno e liberal. A escolha do local apanhou de surpresa o exército absolutista uma vez que este esperava um ataque a Lisboa, pelo que a defesa do Norte tinha sido desguarnecida. Após o desembarque o chamado “Exército Libertador” seguiu para o Porto onde entrou sem problemas no dia 9 de julho, e onde resistiu heroicamente durante um ano durante o “Cerco do Porto”.
O percurso segue a norte, de praia em praia, passamos pela Praia da Agudela, Praia das Pedras do Corgo, Praia de Angeiras, entre outras… Nesta última, aproveitamos o núcleo piscatório e a oferta na área da restauração para fazer a pausa de almoço num dos muitos restaurantes existentes. Depois de almoço seguimos caminho passando pelas Praias de Labruge e de Mindelo antes de atravessar os passadiços da Reserva Ornitológica de Mindelo, situada entre Mindelo e o Rio Ave, no concelho de Vila do Conde. Foi, em 1957, a primeira área protegida criada em Portugal, apresentando assim um grande valor histórico e simbólico. Santos Júnior, professor catedrático da Universidade do Porto e pioneiro da anilhagem científica de aves em Portugal, obteve o apoio dos proprietários e, a seu pedido, foi fundada a Reserva ao abrigo do regime florestal. A 13 de Outubro de 2009 a Reserva Ornitológica de Mindelo passou a fazer parte da Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo.
Agora, pouco nos resta para o término desta etapa, os passadiços acompanham o areal da Praia da Árvore e da Azurara, aqui seguimos em direção à N13 para entrar em Vila do Conde pela ponte sobre o Ave. Continuando na N13 por sensivelmente 500 metros chegamos ao Albergue de Santa Clara, para marcar o "waypoint" para aqueles que queiram pernoitar nesta localidade e continuar o caminho no dia seguinte.
O albergue de Santa Clara está localizado no centro de Vila do Conde, a cerca de 150m do Caminho Português da Costa. Esta é uma área onde os peregrinos têm acesso facilitado a um conjunto muito diversificado de serviços, nomeadamente supermercados, farmácias, instalações hospitalares, restaurantes, cafés e correios. Mercê da sua localização, o albergue permite que os peregrinos apreciem, em momentos de lazer, os diversos monumentos da cidade, bem como todos os confortos próprios de uma cidade que soube evoluir com harmonia. Apesar de estar situada junto de uma das zonas mais movimentadas da cidade, o albergue oferece condições de pernoita cómodas e adequadas à recuperação do esforço despendido.
FICHA TÉCNICA DA ETAPA
Inicio: Sé do Porto
Fim: Vila do Conde
Percurso: Sé do Porto - Praça da Ribeira - Foz do Douro - Matosinhos (Senhor do Padrão) - Leça da Palmeira (Farol) - Praia do Aterro - Praia da Memória (Obelisco da Memória) - Praia do Marreco - Praia da Agudela - Praia das Pedras do Corgo - Praia do Funtão - Praia de Angeiras - Praia de Labruge - Praia de Moreiró - Praia de Vila Chã - Praia de Mindelo - Reserva Ornitológica de Mindelo - Praia da Arvore - Praia da Azurara - Vila do Conde (Albergue de Peregrinos Santa Clara).
Extensão: 33km
Marcha efetiva: 7h50min
Pernoita: Albergue Peregrinos de Santa Clara
Informação sobre o Albergue de Santa Clara
Localização: Rua 5 de Outubro, 221, Vila do Conde
Coordenadas: 41º 21’14.69’’ N - 8º 44’’28.82’’W
Horário de Funcionamento: Registo de peregrinos das 15.00h às 22.00h Encerramento das portas 22.00h Aberto todo o ano.
Capacidade: 25 Lugares
Contactos:
Telefones: 252 104 717
E-mail: alberguesantaclara@cm-viladoconde.pt
Promotores: Câmara Municipal de Vila do Conde
Instalações:
1 Receção
3 Camaratas
1 Mini Cozinha
1 Sala Refeições/Convívio
1 Lavandaria
4 Instalações Sanitárias com chuveiro (M&F)
1 Terraço /Descanso
1 Apoio para Bicicletas
Equipamentos e Acessórios:
12 Beliches, sendo 1 de casal
1 placa com 2 discos elétricos
2 Micro-ondas
1 Frigorífico
1 Lava loiças
3 Estendais
Pratos, copos, talheres, panelas
1 Caixa de donativos
1 Livro de visitas de peregrinos
1 Livro de registo de peregrinos
1 Carimbo
1 Caixa de primeiros socorros
1 Lavandaria com máquina de lavar roupa c/moeda, máquina de secar roupa c/moeda.
AS ETAPAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (1ªETAPA) SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (2ªETAPA) VILA DO CONDE - MARINHAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (3ªETAPA) MARINHAS - VIANA DO CASTELO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (4ªETAPA) VIANA DO CASTELO - CAMINHA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (5ªETAPA) CAMINHA - PORTO MOUGÁS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (6ªETAPA) PORTO MOUGÁS - VIGO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (7ªETAPA) VIGO - PONTEVEDRA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (8ªETAPA) PONTEVEDRA - A ARMENTEIRA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (9ªETAPA) A ARMENTEIRA - VILANOVA DE AROUSA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (10ªETAPA) VILANOVA DE AROUSA - PADRÓN*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (11ªETAPA) PADRÓN - SANTIAGO DE COMPOSTELA
* VARIANTE ESPIRITUAL do Caminho Português
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A equipa Caminhantes
Sobre o Caminho Português, tal como para todos os outros, não se pode falar com rigor de um único caminho. O Caminho Português da Costa, que liga o Porto a outros concelhos costeiros, com a alternativa de ligação à Galiza, ultrapassando o rio Minho em La Guardia (frente a Caminha), Goian (através de Vila Nova de Cerveira) ou mesmo Tui (por Valença do Minho) era, segundo alguns historiadores, um dos eixos mais importantes para alcançar a casa do apóstolo em Santiago de Compostela, ganhando a devida importância somente na época moderna, a partir do século XV, sendo utilizado pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
O Caminho Português da Costa é aquele em que a simplicidade das gentes enobrece os lugares históricos e embeleza as paisagens naturais. Cada passo é acompanhado por um suave cheiro a maresia que dá força à mente, colocando à prova o corpo, rumo ao objetivo traçado. Cada dia oferece momentos para serem saboreados e apreciados, onde a imensidão do oceano contrasta com as montanhas que delimitam o Caminho, criando um misto de emoções de suster a respiração. As gentes do mar, com a sua autenticidade, tratam o caminheiro de forma afável e orgulhosa, sem se escusarem a apoiarem cada peregrino na sua missão de alcançar o próximo marco. O Caminho da Costa tem uma espiritualidade própria, vivida de forma única por cada peregrino, o que torna cada viagem, através da natureza em estado puro, numa caminhada que tem tanto de serena como de emocionante. As montanhas de uma beleza singular cruzam os vales que refletem o brilho dos rios e riachos, refrescando assim as passadas de quem por ali passa e renasce. Após cada curva, um novo cenário idílico acompanhado pelo mar. É que só neste caminho é que se pode apreciar a relação entre as tranquilas praias e as fortes ondas do Atlântico. A aragem do mar, com o seu característico cheiro a sargaço a secar nos areais, que o mar traz e leva, compõe um quadro perfeito. Ao longo do caminho, assistimos, através destas paisagens, à personificação de muitos momentos da vida que levam o pensamento a encontrar um sentido. Pelos centros históricos escutam-se estórias sobre os que passaram, partilhadas pelas gentes que recebem. A admiração e sedução por cada momento ficam guardadas, apelando a um regresso, rápido, por este Caminho. Este é o trilho para quem procura novas sensações, que ultrapassam o corpo e aclaram a mente, através de uma viagem em que o espiritual se completa com o interesse cultural e paisagens de tirar o fôlego.
Descobre o teu Caminho...
Fonte: http://www.visitporto.travel/Lists/ISSUUDocumentos/CaminhosSantiago_CaminhoDaCosta.pdf
O “Caminho Português da Costa” aqui traçado segue principalmente a orla marítima a partir do burgo portuense passando por Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, La Guardia, Baiona e Vigo antes de se juntar com o Caminho Central em Redondela até Pontevedra. Aqui optamos por seguir a Variante Espiritual passando por Armenteira, Vilanova de Arousa e Pontecesures onde se volta a juntar com Caminho Central até à Catedral de Santiago de Compostela.
1ª ETAPA
SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
Saímos da Catedral da Sé do Porto, um dos monumentos portuenses mais antigos que provém do século XII após a eleição do Bispo D. Hugo, Arcediago da Sé de Compostela. Foi a este que em 1120 a rainha Dª Teresa doou o burgo portucalense e o seu respetivo couto de onde proveio a dita catedral. Seguimos em direção à Praça da Ribeira ao encontro das margens do Rio Douro onde podemos contemplar todo o conjunto arquitectónico ribeirinho de Vila Nova de Gaia, os Barcos Rabelos e as Caves do Vinho do Porto. Agora acompanhamos o rio até a sua foz, mais adiante passamos no Edifício da Alfândega do Porto, mandado edificar a 25 de Setembro de 1859, na praia de Miragaia, segundo projecto do arquiteto francês Jean-François Colson, tendo o seu primeiro núcleo sido inaugurado em 1869 e terminada a construção dez anos mais tarde.
O percurso segue a marginal do rio, passamos junto ao Museu do Elétrico antes de chegar à Foz do Douro, no Jardim do Passeio Alegre. Agora chegamos ao Atlântico, o mar que vamos acompanhar em direção a Norte, rumo à Catedral de Santiago de Compostela, seguindo as suas belas praias, passando pelas cidades e vilas com forte ligação ao mar. Seguimos prioritariamente pelos passadiços de praia, tendo sempre presente o mar e os areais das pequenas praias do norte… praia dos Ingleses, do Molhe antes de chegar ao Forte de São Francisco Xavier, em posição dominante sobre o oceano Atlântico e a pouca distância da foz do rio Douro, é também conhecido como Castelo do Queijo por, segundo a tradição, ter sido edificado sobre uma rocha de granito arredondada, e com um formato similar ao de um queijo (penedo do Queijo). Pouco depois percorríamos a marginal de Matosinhos e estávamos no Zimbório do senhor do Padrão que assinala o local onde, segunda a lenda, terá dado à costa no dia 3 de maio do ano 124, a imagem do Bom Jesus de Matosinhos. Mas só em 1758 é que se edificou o zimbório que hoje pudemos contemplar, conhecido também por Senhora da Areia, devido ao monumento se encontrar naquela data isolado no meio de um vasto areal. Atravessamos o Rio Leça pela Ponte Móvel de Leça, no porto de Leixões. Esta ponte tem como objetivo ligar as duas margens do porto, mais concretamente Matosinhos a Leça da Palmeira, mas também levantar para os navios poderem navegar através dela. É um importante meio de ligação, pois se tal não existisse não seria possível a travessia do porto com tanta facilidade.
Agora, percorrendo a Rua Hintze Ribeiro, encaminhamo-nos para a Praia de Leça e daqui seguimos pelo seu extenso passeio marítimo até ao Farol de Leça da Palmeira ou da Boa Nova, inaugurado em 1927, ainda hoje se mantém funcional, ainda que monumento de arqueologia industrial. No norte, foi o primeiro farol elétrico a surgir e noutros tempos foi farol aero-marítimo e sede de escola de faroleiros. São 46 metros de escada em caracol, mais propriamente 225 degraus. Tem um alcance luminoso médio de 39 milhas.
Continuamos ao longo da orla marítima até ao Obelisco da Memória cuja construção foi efetuada em memória do desembarque de 8 de julho de 1832, da esquadra comandada por D. Pedro IV composta por um exército de 7500 homens, com o intuito de instaurar no país um regime moderno e liberal. A escolha do local apanhou de surpresa o exército absolutista uma vez que este esperava um ataque a Lisboa, pelo que a defesa do Norte tinha sido desguarnecida. Após o desembarque o chamado “Exército Libertador” seguiu para o Porto onde entrou sem problemas no dia 9 de julho, e onde resistiu heroicamente durante um ano durante o “Cerco do Porto”.
O percurso segue a norte, de praia em praia, passamos pela Praia da Agudela, Praia das Pedras do Corgo, Praia de Angeiras, entre outras… Nesta última, aproveitamos o núcleo piscatório e a oferta na área da restauração para fazer a pausa de almoço num dos muitos restaurantes existentes. Depois de almoço seguimos caminho passando pelas Praias de Labruge e de Mindelo antes de atravessar os passadiços da Reserva Ornitológica de Mindelo, situada entre Mindelo e o Rio Ave, no concelho de Vila do Conde. Foi, em 1957, a primeira área protegida criada em Portugal, apresentando assim um grande valor histórico e simbólico. Santos Júnior, professor catedrático da Universidade do Porto e pioneiro da anilhagem científica de aves em Portugal, obteve o apoio dos proprietários e, a seu pedido, foi fundada a Reserva ao abrigo do regime florestal. A 13 de Outubro de 2009 a Reserva Ornitológica de Mindelo passou a fazer parte da Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo.
Agora, pouco nos resta para o término desta etapa, os passadiços acompanham o areal da Praia da Árvore e da Azurara, aqui seguimos em direção à N13 para entrar em Vila do Conde pela ponte sobre o Ave. Continuando na N13 por sensivelmente 500 metros chegamos ao Albergue de Santa Clara, para marcar o "waypoint" para aqueles que queiram pernoitar nesta localidade e continuar o caminho no dia seguinte.
O albergue de Santa Clara está localizado no centro de Vila do Conde, a cerca de 150m do Caminho Português da Costa. Esta é uma área onde os peregrinos têm acesso facilitado a um conjunto muito diversificado de serviços, nomeadamente supermercados, farmácias, instalações hospitalares, restaurantes, cafés e correios. Mercê da sua localização, o albergue permite que os peregrinos apreciem, em momentos de lazer, os diversos monumentos da cidade, bem como todos os confortos próprios de uma cidade que soube evoluir com harmonia. Apesar de estar situada junto de uma das zonas mais movimentadas da cidade, o albergue oferece condições de pernoita cómodas e adequadas à recuperação do esforço despendido.
FICHA TÉCNICA DA ETAPA
Inicio: Sé do Porto
Fim: Vila do Conde
Percurso: Sé do Porto - Praça da Ribeira - Foz do Douro - Matosinhos (Senhor do Padrão) - Leça da Palmeira (Farol) - Praia do Aterro - Praia da Memória (Obelisco da Memória) - Praia do Marreco - Praia da Agudela - Praia das Pedras do Corgo - Praia do Funtão - Praia de Angeiras - Praia de Labruge - Praia de Moreiró - Praia de Vila Chã - Praia de Mindelo - Reserva Ornitológica de Mindelo - Praia da Arvore - Praia da Azurara - Vila do Conde (Albergue de Peregrinos Santa Clara).
Extensão: 33km
Marcha efetiva: 7h50min
Pernoita: Albergue Peregrinos de Santa Clara
Informação sobre o Albergue de Santa Clara
Localização: Rua 5 de Outubro, 221, Vila do Conde
Coordenadas: 41º 21’14.69’’ N - 8º 44’’28.82’’W
Horário de Funcionamento: Registo de peregrinos das 15.00h às 22.00h Encerramento das portas 22.00h Aberto todo o ano.
Capacidade: 25 Lugares
Contactos:
Telefones: 252 104 717
E-mail: alberguesantaclara@cm-viladoconde.pt
Promotores: Câmara Municipal de Vila do Conde
Instalações:
1 Receção
3 Camaratas
1 Mini Cozinha
1 Sala Refeições/Convívio
1 Lavandaria
4 Instalações Sanitárias com chuveiro (M&F)
1 Terraço /Descanso
1 Apoio para Bicicletas
Equipamentos e Acessórios:
12 Beliches, sendo 1 de casal
1 placa com 2 discos elétricos
2 Micro-ondas
1 Frigorífico
1 Lava loiças
3 Estendais
Pratos, copos, talheres, panelas
1 Caixa de donativos
1 Livro de visitas de peregrinos
1 Livro de registo de peregrinos
1 Carimbo
1 Caixa de primeiros socorros
1 Lavandaria com máquina de lavar roupa c/moeda, máquina de secar roupa c/moeda.
AS ETAPAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (1ªETAPA) SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (2ªETAPA) VILA DO CONDE - MARINHAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (3ªETAPA) MARINHAS - VIANA DO CASTELO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (4ªETAPA) VIANA DO CASTELO - CAMINHA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (5ªETAPA) CAMINHA - PORTO MOUGÁS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (6ªETAPA) PORTO MOUGÁS - VIGO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (7ªETAPA) VIGO - PONTEVEDRA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (8ªETAPA) PONTEVEDRA - A ARMENTEIRA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (9ªETAPA) A ARMENTEIRA - VILANOVA DE AROUSA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (10ªETAPA) VILANOVA DE AROUSA - PADRÓN*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (11ªETAPA) PADRÓN - SANTIAGO DE COMPOSTELA
* VARIANTE ESPIRITUAL do Caminho Português
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Quizá la etapa se hace demasiado larga a partir del kilómetro 24. Mucha arena y mucha playa
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Easy to follow
Scenery
Moderate
Quizá la etapa se hace demasiado larga a partir del kilómetro 24. Mucha arena y mucha playa. Muchas gracias por compartir
Hola vanevitamina
Gracias por tu comentario y valoración.
Saludos
Sou fã das vossas caminhadas, sigo e baixo algumas rotas. Obrigado pela partilha.
Já fiz a Variante Espiritual, estranhei não terei feito de barco. Fiz direto de Vilanova de Arousa a Santiago.