Etapa 4 - Caminho de Santiago, Via Portugal Nascente. Estremoz - Sousel
near Estremoz, Évora (Portugal)
Viewed 460 times, downloaded 24 times
Trail photos
Itinerary description
Cumprindo a tradição o pequeno almoço foi tomado no quarto, porque já estava preparado do dia anterior, calmamente preparamos as coisas e saímos para mais uma etapa do caminho de Santiago, Via Portugal Nascente.
Eram umas 8:30 quando já caminhávamos pelos característicos empedrados de Estremoz e a primeira paragem foi para o também tradicional café que em portugal é mesmo sem o leite.
Após ligarmos as aplicações que nos vão acompanhar no percurso, não é que façam falta, porque está muito bem marcado, mas gostamos de saber onde estamos e os quilómetros percorridos, iniciamos a caminhada em frente da Casa da Cultura de Estremoz.
Seguimos pela avenida 25 de Abril, depois passamos para a avenida 9 de Abril e quando começamos a pensar que íamos ter de percorrer os dias todos de Abril lá saímos da cidade após passar o hipermercado Continente. Finalmente estamos num caminho típico alentejano, plano e ladeado de oliveiras que por esta época estão carregadas de azeitona. Apesar de estarmos em Outubro e ainda pouco passar das 9:00 da manhã, o sol já se fazia sentir com bastante intensidade. Já a contar com o dia quente, no dia anterior tínhamos comprado bastante água. Como não foi nada agradável termos ficado sem água na Rota dos Hospitalles nas Astúrias, também neste percurso muito dificilmente íamos encontrar local de abastecimento. por esse motivo as nossas bolsas de hidratação iam com 3 litros de água cada. Na verdade são mais três quilos de peso nas mochilas, mas antes isso que não ter água.
Há semelhança das etapas anteriores, também esta está muito bem marcada, não deixando grande espaço para duvidas no caminho que temos de percorrer.
Ao fim de 4,5 km de marcha o GPS avisa que estamos a sair da rota, mas as setas amarelas lá estavam para não deixar duvida que íamos na rota certa. Descobrimos depois que no passado o caminho de Santiago via Portugal Nascente, seguia uma outra rota, seguindo de Estremoz para Santo Amaro em vez de Sousel. Por isso o traçado de GPS que íamos a seguir foi em outra direcção. Então daí para a frente apenas tivemos de ir mais atentos, visto já não termos o GPS atento aos nossos possíveis erros de percurso.
Ao contrario dos caminhos a que nos habituamos no norte de Espanha, por aqui há poucos pontos relevantes, apenas a beleza da paisagem do nosso Alentejo, as casas dos montes e herdades que vão surgindo. O calor apertava e aos 8,5 km a fome apertou também, um sobreiro forneceu a sombra e lá de baixo estivemos a tratar da merenda. Umas empadas que vinham conservadas num saco térmico, (não há-de a gente andar carregados), juntamente com umas barritas de banana e chocolate.
O caminho continuou sempre por estradões amplos, ladeados de olival e sobro. Não houve desafios significativos, apenas o calor trazia algum desconforto porque o terreno era plano.
A chegada a Sousel aconteceu naturalmente, íamos entretidos a comentar sobre umas antenas no alto de uma serra que estava ao lado, que eu achava ser Sousel, o que implicava uma subida das boas, quando a vila de Sousel surge à nossa frente, estragando os meus planos de subida, para grande satisfação da Sónia.
Acho que chegamos em plena hora da sesta, porque na rua não se via vivalma, o que é normal, porque apesar de se estar em Outubro o sol estava implacável. Em portugal temos sempre alguma dificuldade em encontrar locais para carimbar a credencial e quando se trata de um domingo à tarde pior. Mas em Sousel até que não foi difícil, sabíamos haver na vila o Museu dos Cristos, que por sinal era mesmo junto ao local onde nos encontrávamos.
Credencial carimbada, demos por terminada mais esta etapa do Caminho de Santiago Via Portugal Nascente, estamos mais perto de Santiago de Compostela.
No próximo mês se tudo correr como está planeado, mais etapas virão.
Waypoints
Igreja dos Congregados
O Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Congregados do Oratório de São Filipe Nery de Estremoz teve ordem régia de D. Pedro II (r. 1675 – 1706) para ser construído em 1697. Entre 1698 e 1700 começam-se as obras e em 1703 inicia-se a segunda campanha, já com a igreja começada. Em meados deste século são assentados os painéis de azulejo que estão por todo o convento. A igreja nunca foi acabada até 1961, ano em que se recomeçou a empreitada de construção do restante da fachada, concluída em 1967. Em 1974 fechou-se a abóbada da capela-mor. Depois de alguns anos sem trabalhos, a igreja, propriedade da Câmara Municipal, foi cedida à Paróquia de Santo André e esta inaugurou a igreja completa em 1995, praticamente três séculos depois de ter sido começada. A fachada da igreja, elemento raro e erudito, trouxe uma novidade à “monotonia” da arquitectura alentejana: o alçado principal “ondulante”. Segundo a estética arquitectónica italiana seiscentista ligada a Francesco Borromini (n. 1599 - m. 1667), este efeito dinâmico aparece como oposição à veia clássica renascentista e maneirista, mais estática e estável. Dedicados à Vida e Milagres de São Filipe Nery, o conjunto azulejar pertencente à Portaria-Mor é um dos mais interessantes, juntamente com o da Escadaria que mostra o vestuário das várias classes sociais no tempo de D. João V (r. 1707-1750), com motivos de caça e guerra. O conjunto da sala do Antecoro mostra episódios dos Evangelhos e da vida de vários santos. Estes painéis são datáveis de cerca de 1748 e atribuíveis à oficina dos Oliveira Bernardes. Horário: De Segunda a Sexta, das 9h00 às 17h30 Fonte: https://www.cm-estremoz.pt/pagina/turismo/convento-de-nossa-senhora-da-conceicao-congregados
Paisagem
Um dos símbolos mais internacionais do Caminho de Santiago é a seta amarela, pintada a brocha em calçadas, casas, cercas e árvores. Tem uma origem recente, pois nasceu em 1984 por iniciativa de um sacerdote d’O Cebreiro, Elías Valiña, que sinalizou deste modo, desde Roncesvalles até Santiago, todo o Caminho Francês. Fonte: https://www.caminodesantiago.gal/pt/descubra/o-caminho-atualmente/a-seta-amarela
Montado
O montado é um ecossistema particular, criado pelo Homem, característico do Alentejo. São florestas de azinheiras, sobreiros,[1] carvalhos ou castanheiros, de equilíbrio muito delicado e que subsistem apenas no Mediterrâneo, na Argélia, em Marrocos e sobretudo no Sul da Península Ibérica. Em Portugal, país com a maior extensão de sobreiros do mundo (33% da área mundial), o montado é legalmente protegido, sendo proibido o seu abate e incentivada a exploração. Portugal é o principal exportador mundial de cortiça por via do fabrico de rolhas. Na Espanha, o montado é conhecido como dehesa. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Montado
Sousel à vista
Sousel é uma vila portuguesa situada no Distrito de Portalegre, região Alentejo e sub-região do Alentejo Central, com cerca de 1 900 habitantes. É sede de um município com 278,94 km² de área e 5 074 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias (Cano; Casa Branca; Santo Amaro; Sousel). O município é limitado a norte pelos municípios de Avis e Fronteira, a leste e sul por Estremoz, a sudoeste por Arraiolos e a oeste por Mora.
Comments (3)
You can add a comment or review this trail
I have followed this trail View more
Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Trilha muito bem marcada
Muy buen track
Seguimos a Fronteira
Bom camino Álvaro. Saliendo del Alentejo el camino no está tan bien marcado... Saludos