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Caminho de Santiago da Geira e dos Arrieiros (3ª Etapa Campo do Gerês-Lobios)

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Trail stats

Distance
15.36 mi
Elevation gain
1,667 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
2,500 ft
Max elevation
2,474 ft
TrailRank 
61
Min elevation
1,308 ft
Trail type
One Way
Moving time
6 hours 9 minutes
Time
8 hours 9 minutes
Coordinates
4407
Uploaded
May 17, 2023
Recorded
May 2023
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near Campo do Gerez, Braga (Portugal)

Viewed 445 times, downloaded 41 times

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Itinerary description

Propusemo-nos sair cedo mas cedo já não é agora quando descemos a alameda da pousada. A moderna estrutura do edifício principal leva-nos a memória ao tempo em que aqui moraram os que a barragem de Vilarinho construíram. Em boa hora decidiu a, então portuguesíssima, EDP vender as velhas instalações para que fossem usadas como pousada da juventude. Depois construiu-se este belo edifício em que a madeira tem lugar de destaque.

Descemos a alameda. Os melros já bicam a relva procurando o pequeno almoço. Com o nosso já tomado, graças ao Sr. José que garantiu o nosso temporão acesso ao refeitório, entramos na M533. À esquerda estão umas casas de madeira empoleiradas como se cada uma fosse a “casa da árvore”. À direita estende-se a veiga. A sua extensão e fertilidade talvez sejam razões da existência desta aldeia aqui entre montes nascida. Imagino a veiga de outrora: um jardim de centeio, batatais, milho, couves…. imagino as vezadas e este povo comunitariamente fazendo tarefas todos por cada um… imagino risadas, desafios e suor escorrendo pela testa… imagino nos regatos correndo a água desviada rego a rego… imagino os moinhos na ribeira, o trram trram da mó, o cantar da água na roda, o tec tec tec do bater do cadelo e o grão a descer da adelha para em farinha se transformar… imagino os campos maduros e as malhadas com os malhos a bater pom pom pom ao som das cantigas e as cantigas cantadas ao ritmo dos malhos… imagino as “Ave Marias” entoadas pelos sinos da igreja a marcar a pausa de almoço e da merenda... imagino as trutas pescadas no rio Rodas com um cesto de vime ou ceira de palha… seria a veiga e a vida assim ou romanceia-a a minha imaginação?...

Entramos na Calçada da Geira. As pedras certinhas em paralelepípedos cortadas não são decerto as que a esta rua deram o nome. Aqui uma casa encosta-se ao penedo que a mesma altura tem. Segura-se a casa no penedo ou é este que na casa se apoia?...Subimos entre moradias de pedra e pedra pisando. Passamos onde foi o café do Pires de que ouvimos estórias de jeropiga e matrequilhos. Ontem quisemos jantar na Adega, aqui bem perto, mas nada é como dantes. A comida soube-nos a bar de fast food.

Saímos da aldeia pela Travessa da Portela de Sequeiros e entramos na Rua do Parque e ele está mesmo aqui. O Parque da Cerdeira foi criado pelo Pires, o mesmo do Café e da famosa jeropiga. No início dos anos 90 do séc passado, o sr. Pires, vendo que havia um aumento grande de campismo selvagem, decidiu criar um parque de campismo, «enchi-me de dinheiro». O Parque está instalado numa zona maravilhosa. Os equipamentos de arvorismo chamam-nos a atenção mas só isso.

Chegamos à Bouça do Gavião. A albufeira de Vilarinho das Furnas reflete o azul celeste. O amanhecer quente e limpo lava-nos a alma e aquece-nos o coração. Lá em cima volteia uma águia patrulhando o céu com os olhos nas faldas da serra.

Treze miliários marcam a milha XXIX mas nem um veremos porque manda o GPS que sigamos pela estrada em terra batida à direita. O caminho que os romanos seguiriam entre a milha XXIX e a milha XXX fica à nossa esquerda e parte estará debaixo de água. Nós seguimos com reflexos de azul e verde nos olhos e as encostas da Serra Amarela paisageando a imaginação. As curvas do Caminho desvendam-nos as fragas e vales do Sarilhão e do Candeínho. Passamos a ponte sobre a Ribeira do Sarilhão onde a água cascateia para a albufeira que está logo ali. Olhamos a fraga e os volteios da águia que por aqui continuam, agora muito mais altos. Em cima da ponte uma pequeníssima pausa, só para usufruir do som da água fresca para refrescar a alma, e logo partimos.

Reencontramo-nos com a Geira, ainda que se não veja porque disfarçada sob o macadame do caminho. Algures por aqui será a Bouça da Mó onde se supõe que existiu uma “mutatio". A milha XXX ficará algures à nossa esquerda, possivelmente submersa na albufeira.

Afinal não, a milha XXX aparece aqui à beira do caminho, bem enxuta e povoada de informação. E parece que a “mutatio" também aqui seria. De um lugar destes acredito que seria difícil partir para quem chegava, tal é a beleza e paz que se sente e vive.

Continuemos. Parado não se faz caminho.

Estamos em plena Mata de Albergaria. A variedade vegetativa é bálsamo para os sentidos. Ouvem-se pássaros… ó… escuta… é um rouxinol bravo. Nunca vi nenhum senão num esvoaçar rápido entre cantares e chamamentos. Tão furtivo é este exímio cantor. Canta a água no regado coberto de fetos e ladeado de musgo fresco. Já não vejo a minha companheira e dei pela falta do chac chac dos seus passos. Juntam-se agora os chac chac dela com os rchoc rchoc meus e cala-se a brisa nos ramos dos carvalhos. Vamos embevecidos na beleza do caminho. Estas são as laudes da natureza que nos elevam à comunhão divina. O ruído de dois carrões todo terreno atrelando contentores de cavalos quebra-nos o enlevo. Tanto pó, chiça!... um pouco mais empoeirados, seguimos em frente. O pó do caminho vai sujando a roupa e a pele, havemos de o sacudir no final da etapa, mas o pó da alma irá caindo a cada passo dado no caminho.

A brisa já dissipou o pó levantado e a beleza voltou aos nossos olhos. É agora a natureza que vai soprando o pó interior e clareia o nosso espírito.

Xiiii!... o que prá'qui vai!... um, dois, três,… são 21 os miliários aqui plantados, plantados não, nascidos. Pois é, estamos numa espécie de incubadora de miliários. Aqui foram talhadas as colunas que se veem e, eventualmente, outras que povoam as milhas vizinhas. Estamos na milha XXXI no Bico da Geira. Muitos são os testemunhos espalhados ao redor que indiciam ter existido aqui uma pedreira onde nasceram algumas das cilíndricas colunas que balizam a Geira. A explicação está no painel informativo que nos detivemos a ler.

Logo aqui é a Ribeira de Padredo. Atravessamos a vau pelo lageado. Pisam nossas botas as mesmas pedras que há quase dois mil anos foram pisadas pelas “cáligas" tachonadas dos legionários, nós em jornada de paz, eles pouco provável seria.

Um rancho de ruidosos caminheiros nuestros hermanos calam a natureza. Vêm em sentido contrário e caminham lestos.

—Ola camiñantes. están facendo la ruta das sete pontes?

São galegos. Respondemos com a garantia de que tão bem nos compreendem quanto nós a eles.

—Não. Vamos para Santiago.

—A Santiago?... bo camiño.

Seguimos ouvindo ainda, mas cada vez mais longe, a algazarra de quem não sabe escutar as preces deste santuário.

Recuperámos o encanto da mata. Esquecemos o chac chaq e rchoc rchoc dos nossos passos e voltamos a ouvir os pássaros e o bafejo da brisa. Cá vamos comungando a vida da floresta que o sol vai beijando por entre a matinal bruma que com o calor se esvai.

No meandro da Volta do Covo encontramo-nos com a milha XXXII assinalada por 22 miliários. Quantos poderão estar in situ?... pensa-se que alguns poderão ter aqui sido agrupados aquando da construção desta estrada. Esta informação lê-se no painel de vidro aqui colocado.

Tão demorado fui na leitura do painel e na observação dos cilíndricos marcos que acelero agora o ritmo dos rchoc rchoc rchoc para alcançar os chac chac que lá à frente, certinhos, vão soando mas que aqui já se não ouvem.

Tão belo é este lugar a que chegamos agora. Acorda no mais íntimo em mim a recordação das primeiras vindas à Geira. Aqui, entre o Rio de Maceira e o Rio do Forno, me quedava absorto imaginando gentes circulando e legionários marchando sobre as pontes de que só restam algumas pedras. Estas pedras sobreviveram à destruição encomendada e paga pelo povo de Terras do Bouro no longínquo e histórico ano de 1640. Trinta mil reis foi quanto custou destruir as 4 pontes que, na passagem do concelho, a Geira tinha, e assim, supunha o povo, se evitava ou retardaria a temida invasão dos espanhóis de Filipe IV. Olho a pouca água que suavemente encontra caminho entre as pedras do leito e no meu íntimo exclamo “para quê o dinheiro gasto?...” Sem notícia de tentativa de invasão por entorno deste ponto (não digo, porque não sei, que a não tivesse havido) privou-nos a (des)necessária despesa de agora poder admirar esses monumentos e, na altura, mais não serviu senão para dificultar a vida não aos que entrar tentavam mas àqueles que a Portela tinham por obrigação defender. Sei porque li em documento datado do ano da graça de 1736, e das minhas notas aqui transcrevo, sobre a freguesia do Campo do Gerês «Tem esta freguesia e todas as mais do concelho, e tambem o de Santa Martha do Bouro, hum privilegio concedido pellos serenissimos senhores Reys de Portugal e confirmado pello nosso augusto monarcha El Rey senhor D. João Quinto, que Deos guarde, de não ser a gente dos dous ditos concelhos soldados em nenhuma outra praça do reyno, mas somente defenderem a Portella do Homem a sua custa,…»

Dança a minha memória entre o que há pouco li e o que por aqui há muito vivi. Dança o meu querer entre por aqui me reter, para mais tempo desta beleza gozar, e a necessidade a que me obrigo de seguir caminhando. Que par escolher?... vamos lá, andando.

Passamos os rios por pontes de madeira recentes que nos tiram do estradão, nosso companheiro dos últimos quilómetros. Entremeiam-se as raízes das seculares árvores com as gastas lajes do milenar caminho. Pedimos aos nossos pés que tenham cuidado porque tropeçar com mochila de dez quilos às costas é sinónimo de esbardalhanço. O caminho, muito trilhado, leva-nos por recantos de encanto e encantados sorriem os olhos, o rosto e o coração e eu penso que se o paraíso não tiver recantos assim então paraíso não será para mim.

Encontramo-nos com o Rio Homem e toda a beleza que ele oferece. Pouca é a água que cascateia leito abaixo contornando blocos de granito lavados e gastos. Subimos à ponte de madeira para mergulhar os olhos e o espírito nesta quietude estival que raramente este rio tem. A água murmura beijando as pedras em carícias infindas. Sentimo-nos embalados nas canções das ninfas que à deusa Ocaera entoam devotas e aos viandantes encantamento provocam. Regressamos à margem esquerda obedecendo ao GPS, quebrando o encantamento e contrariando a vontade de por aqui nos determos.

Tem este rio o nome Homem. Perguntei-me sempre porquê. E, no documento acima já citado, encontrei há dias uma explicação que, de ingénua que me pareceu, me fez sorrir e vou recordando. Diz o autor, em 1736, que o rio é nascido nas fontes das grandes campinas de Lamas de Homem, Chaam de Lionte, Chaam das Mezas, Chaam da Fonte e Chaam Longa «todas tem fontes de grande corrente de agoas, e são as que formão o rio de Homem, e como Lamas de Homem seja a primeira e mayor, por isso della tomou o nome…». E porque se chama a campina assim?... pergunta escusada porque a explicação logo se segue: «… e me parece que os antigos o deram assim à campina porque… … … junto dela … donde se vê continuamente andar grandes bandos de cabras bravas … e o seu grito seja mê … prezumo que … tomarão daqui ocazião para lhe chamar Lamas do mê …» ora, esquecida que foi a onomatopeia, “do mê" transforma-se em “dome" e daí a “Lamas de Homem” é “o estralo de um foguete".

Sorrio com a releitura do texto. O Reino dos Céus é dos humildes e puros de coração e dos que creem nas coisas simples. Seguimos caminhando no trilho e nas lições da vida.

Para o sítio em que está, a Ponte de S. Miguel é enorme, mas considerando o caudaloso que o rio é e quão bravas as suas águas batem e galgam estas pedras em tempos de invernia, grande não será tanto quanto o receio de a atravessar então. Hoje desliza mansamente este fiozinho mostrando o arredondado das nuas pedras. Diz-se que, “no tempo em que este reyno esteve intredito”, construiu o povo uma ermida de devoção a São Miguel no extremo da Galiza e nela ouviam missa nos dias santos. Depois que a interdição foi levantada a trasladaram para este sítio que, por ser ermo e distante, foi abandonado. A capela foi demolida e a imagem de S. Miguel levada para a igreja de N.ª Sr.ª das Mercês de Vilarinho.

Seguimos agora, na margem direita do Homem, por caminho que de beleza tem tanto quanto de irregularidade. De quando em vez tropeçamos com um pouco da romana calçada mas tanta é a irregularidade desta quanta a das zonas gastas por torrentes de água que arrastaram calhaus e outros lavaram deixando-os expostos ao tropeço de nossos pés.

Chegamos à Portela e entre um punhado de turistas curiosos por nos ver chegar, para eles talvez, de imprevisível lugar, estão dois romanos. Não falam latim nem calçam cáligas, antes usam a linguagem cantada italiana e nos pés têm modernas sapatilhas. Duas entre os turistas, americanas sendo, querem tudo saber do trilho que vimos seguindo. Pouco lhes disse, não porque disso fizesse segredo mas dizendo-lhes “it's so so beautiful!..." tudo dito estaria e mais não seria necessário.

Estamos agora já em terras galegas. Descemos por mata de pinheiros com “o camiño” pouco definido. Deste lado do “Xurês” estende-se a bacia do Lima que só deixaremos depois de reentrarmos em Portugal e deixarmos Castro Laboreiro para trás. As tojeiras são muitas e igual é o cuidado. Ainda que pouco vulgar nos portugueses, falamos nós da beleza do caminho passado desfeiteando o que agora seguimos.

Estamos em Lama de Picón, também chamado Penedo dos Romanos, diz o cartaz envelhecido pela agrura do clima inclemente deste vale entre o Gerês e a Serra de Santa Eufémia. E aqui está um miliário “ao xeito dos fitos ou marcos quilométricos actuais". Diz no cartaz que aqui será a milha XXXV e que nove serão os miliários aqui existentes. Qu'é dele os outros?... o mato é muito, talvez estejam escondidos debaixo dele. Como nada de novo nos traria a visibilidade dos marcos, sigo no encalço da minha companheira.

Vale abaixo vamos acompanhando o Rio Caldo, que à nossa esquerda adivinhamos, e eis que aqui, à beira do caminho, encontramos as já há muito encontradas ruínas da Mutatio das Mouruás. Dou um saltito lá dentro e passeio-me pelas ruínas imaginando estórias de gentes tisnadas pelo sol de muitos caminhos e de bestas cansadas, escravas da sua condição. Porquê não sei, mas outras bestas, que se não cansam de o ser e por aí andando vão a si próprias se designando de bestiais, à ideia me vêm. Todos são filhos de Deus e, se aceitar não consigo, porque peregrino?... Esforçar-me-ei, prometo.

Atravessamos a Corga da Cegañeira a vau equilibrando-nos sobre os grandes calhaus rolados. Só quem já o fez cansado e com 10 kg de mochila nas costas compreenderá o significado que tem chegar são e enxuto à outra margem.

Passamos por novo marco cilíndrico. Marca a Geira. Será que marca a milha XXXVI?... assim fora e teríamos chegado a Chan dos Pasteroques, mas diz a “bíblia” que sete miliários são os que esta milha marcam. Será que roubaram os outros?... Começo a imaginar um Obelix andando por aqui, colhendo os cilíndricos miliários para dar com eles na tola dos romanos. Quem me visse de frente perguntaria – por que vai este parvo, carregado que nem burro, a sorrir como se sonhasse com o paraíso?...

Atravessámos a OR-312 e caminhamos agora numa moderna Geira com pedras aparelhadas e assentes sobre betão. Assim fora a antiga Geira e nem imaginar quero o chinfrim que fariam as cáligas cardadas de uma legião a passar aqui.

Paro sobre a exígua ponte que atravessa o Corgo da Fecha del Carballón (lido no mapa do Wikiloc. Creio que na Galiza não se chamará exatamente assim) e refresco meus olhos com a frescura da límpida água que entre fetos reais e grandes e boliformes pedras corre.

Ali vem um grupo de amazonas em alegre e sonora cavaqueira que se sobrepõe ao tchoc tchoc dos cascos. Hei! Cuidado!... foi apenas o primeiro cavalo que se assustou connosco e ziguezagueou, mas a jovem e experiente cavaleira logo dominou o animal. Um «bon dia» em coro à nossa saudação respondido, e continuamos em diferentes sentidos: nós no sentido que apenas susto foi; elas no sentido que nada se passou. Sentidos opostos no sentir e no percurso.

À direita, na beira do caminho, um antiquíssimo cruzeiro manifesta hoje ainda a razão da sua existência: a cristianização de uma via construída por povo pagão. Nas minhas notas anotei a existência da “mansio Aquis Ogeresibus" após a passagem do Corgo da Cabreira que acabámos de cruzar. Deverá ser por perto… cá está! meus olhos localizam o que procuravam com alguma ansiedade. Não serão nem cansaço nem pressa que impedirão que aqui me detenha o tempo suficiente para me saciar in locu com o que o tempo ainda não roubou aos poucos testemunhos que a história nos deixou. Com os olhos percorro cada espaço das ruínas. Com a imaginação entro no vestibulum, já com uns brancos panos escondendo as “vergonhas" (deixem que ria) passo pelo hypocaustum e entro no caldarium. Huau!... que calor húmido!... trrriiimmm! hora de acordar. Este calor e o sol na moleirinha dão cabo de mim.

No final do painel informativo lê-se “A mansio de Aquis Ogeresibus, como aparece nunha ofrenda atopada no xacemento, relaciónase coa divindade Ocaere, probable orixe do topónimo que deu nome ás montañas do Xurês-Gerês. “ Confirmando a informação que já tinha.

Deixámos a mantio e cá vamos passinho a passinho aproximando-nos do final da etapa. Caminhamos em caminho fácil, mas muito bonito, num bosque de velhos carvalhos que, sombreando, refrescam-nos a vontade de prosseguir. À direita aparece um velhíssimo cruzeiro cristianizando a via pagã e a lembrar-nos que seguimos o caminho do Apóstolo de Cristo. Olhamos o céu entre a copa dos carvalhos e oramos: miserere nobis.

Saímos do bosque em Vilameá. Perguntamos por um bar ou café. Fica longe. Seguimos nos passos do “Sendeiro do Río" por algum tempo. Passamos a ponte Romana e começamos a subir. Lóbios fica para lá deste último monte.

Já vimos a subir há algum tempo por caminho enfeitado de “urce” ou “breixo". Ao longe a Serra Amarela. Um pouco de Portugal. Não, ainda não é saudade, apenas aquela necessidade de contemplar ao longe algo a que pertencemos. Em baixo um pouco da albufeira do Lindoso refletindo o celeste azul do céu português.

Descemos, atravessámos a OR-312 e eis que chegamos a O Cruceiro e… quedamo-nos de espanto: a velhíssima cruz de granito foi decepada. Partiram-lhe os braços!... será que outra maneira não havia para descer o Crucificado?... Descristianizou-se o que cristianizado fora.

Já se vê Lóbios mas a nossa atenção vai para este conjunto de velhos hórreos a da eira que os servia. Atravessamos a várzea com prados divididos por velhos muros. Ali pastam dois cavalos e nós seguimos carregados e cansados que nem burros. O portal brasonado de uma quinta e a figura de pedra encimando o canto do muro despertam a minha curiosidade mas já não há tempo nem discernimento para mais. Passam ainda pelo nossos olhos outros hórreos e outra eira mas o que procuramos é O Lusitano e o bem merecido banho no final da etapa.

Chegámos. Damos graças a Deus.

Waypoints

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A despedida da pousada

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As casas nas árvores

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Casas encostadas a grandes pedras e de pedra feitas

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Photo ofPela Calçada da Geira atravessamos a aldeia Photo ofPela Calçada da Geira atravessamos a aldeia Photo ofPela Calçada da Geira atravessamos a aldeia

Pela Calçada da Geira atravessamos a aldeia

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Photo ofA albufeira de Vilarinho das Furnas Photo ofA albufeira de Vilarinho das Furnas Photo ofA albufeira de Vilarinho das Furnas

A albufeira de Vilarinho das Furnas

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Photo ofNo caminho construído sobre a Geira em direção à Mata de Albergaria Photo ofNo caminho construído sobre a Geira em direção à Mata de Albergaria Photo ofNo caminho construído sobre a Geira em direção à Mata de Albergaria

No caminho construído sobre a Geira em direção à Mata de Albergaria

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O Ribeiro do Sarilhão

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Na milha XXX

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Photo ofEm plena Mata de Albergaria Photo ofEm plena Mata de Albergaria Photo ofEm plena Mata de Albergaria

Em plena Mata de Albergaria

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Photo ofRibeiro do Pedredo e milha XXXI no Bico da Geira Photo ofRibeiro do Pedredo e milha XXXI no Bico da Geira Photo ofRibeiro do Pedredo e milha XXXI no Bico da Geira

Ribeiro do Pedredo e milha XXXI no Bico da Geira

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Caminho de indescritível beleza

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Na Volta do Covo - milha XXXII

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Rio de Maceira

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Passando o Rio do Forno

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O paraíso?...

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Na Ponte Feia - milha XXXIII

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Ponte de São Miguel

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Na Portela do Homem

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Na milha XXXV 'ao xeito dos fitos ou marcos quilométricos actuais'

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Mutatio de As Mouruás

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Photo ofMais 'un regato' passado a vau - a Corga da Cegañeira Photo ofMais 'un regato' passado a vau - a Corga da Cegañeira

Mais 'un regato' passado a vau - a Corga da Cegañeira

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Photo ofO marco marca a Geira marcará a milha?... Photo ofO marco marca a Geira marcará a milha?... Photo ofO marco marca a Geira marcará a milha?...

O marco marca a Geira marcará a milha?...

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Uma Geira moderna

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Corgo da Fecha del Carballón e, um pouco à frente, um grupo de amazonas

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Mansio Aquis Ogeresibus

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Photo ofA cristianização da via Photo ofA cristianização da via

A cristianização da via

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Por Vilameá

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Photo ofA ponte romana do rio de Vilameá Photo ofA ponte romana do rio de Vilameá Photo ofA ponte romana do rio de Vilameá

A ponte romana do rio de Vilameá

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Photo ofCom a albufeira do Lindoso e a Serra Amarela ao longe Photo ofCom a albufeira do Lindoso e a Serra Amarela ao longe

Com a albufeira do Lindoso e a Serra Amarela ao longe

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Photo ofA cruz sem braços Photo ofA cruz sem braços

A cruz sem braços

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Photo ofCampo de 'canastros' junto ao Lugar de Barreal Photo ofCampo de 'canastros' junto ao Lugar de Barreal

Campo de 'canastros' junto ao Lugar de Barreal

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Photo ofÀ entrada de Lóbios Photo ofÀ entrada de Lóbios

À entrada de Lóbios

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Photo ofEspigueiros e eira à beira dos campos de Lóbios Photo ofEspigueiros e eira à beira dos campos de Lóbios Photo ofEspigueiros e eira à beira dos campos de Lóbios

Espigueiros e eira à beira dos campos de Lóbios

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