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:-: Alenquer PR3H - Charneca de Ota

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Trail stats

Distance
6.1 mi
Elevation gain
299 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
299 ft
Max elevation
208 ft
TrailRank 
64 3.7
Min elevation
208 ft
Trail type
Loop
Time
3 hours 49 minutes
Coordinates
1794
Uploaded
June 28, 2020
Recorded
June 2020
  • Rating

  •   3.7 2 Reviews

near Ota, Lisboa (Portugal)

Viewed 1875 times, downloaded 49 times

Trail photos

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Itinerary description

Notas prévias:
1 - trajecto não sinalizado, indispensável o gps
2 - uma parte do percurso atravessa uma grande mancha de pinheiro e eucalipto, com boas escapatórias para zonas abertas ou de cultivo; no entanto, depois da represa segue-se durante um ou dois quilómetros por uma zona mais cerrada e por isso a evitar nos dias de verão em que esteja declarado elevado risco de incêndio.
3 - este é mais um percurso ainda sem numeração atribuída, tanto quanto sei. Baptizei-o de PR3 seguido da letra H, provisóriamente, a numeração será corrigida quando oficialmente declarada.


O percurso

São quase dez quilómetros e em que se percorre uma paisagem diversificada, sobre um terreno arenoso e de ondulação suave, muito diferente do habitual cenário de vinhas e pomares típicos da região de Alenquer. Aliás, a charneca é o nome comum de um habitat caracterizado por vegetação xerófila, tipicamente urze (Calluna vulgaris) de Portugal, análoga ao maquis do Mediterrâneo francês e ao heath das ilhas britânicas e ao fynbos da África do Sul. Extensivamente, dá-se o nome de charneca a terrenos áridos e pedregosos cobertos de urze.

Vou contar como foi:

Estacionamos no largo junto da igreja da Ota, onde não faltam lugares, salvo no 2° e 4° domingo de cada mês, em que é proibido ali estacionar.

Começamos a caminhar cedo, atravessando a povoação para o lado sul, seguindo a Rua da Mala-posta. Atravessamos a pequena ponte sobre o rio Ota, que vem do Montejunto e vai desaguar no Tejo, e poucos metros andados já chegávamos a uma rotunda onde no centro se situa um marco comemorativo desta estrada que aqui passa, e que ligava Lisboa às Caldas da Raínha e Coimbra. Nele se pode ler:

Augusta Rainha / D. Maria I N. SNRa . / A MANDOU FAZER SEM / DO INSPECTOR DO TER / Rº DE LXª. E ESTRADAS / PÚBLICAS O ILLº. E EXMO. / CONDE DE VALLADA / RES NO ANNO DE 1788.
E, na face lateral,
ESTRADA / QUE VEM / DE ALENQ / ER E SANTA / QUITÉRIA

Foi nesta estrada que funcionou a primeira carreira regular da Malaposta (1798-1804).

Continuando a seguir esta rua (o track original, pelo meio de uma quinta, foi fechado), vamos cruzar com muita cautela o movimentado IC2 e continuar do outro lado, agora a Mala-posta tem o seu aspecto original, o piso em macadame, ladeada por um pequeno muro de bordo redondo que a separa dos terrenos ao lado, e mergulhada na sombra fresca dos sobreiros que acompanham o muro.

Logo adiante metemos à esquerda junto de uma charca, caminhamos agora sobre os terrenos que nos vão acompanhar o dia todo: dunas de areia contorno suave, testemunhos do passado aquático, já que toda esta zona se integra em anterior bacia marinha (quando do o nível das águas do mar estava bem mais alto, o que aconteceu várias vezes nos tempos geológicos da Península) ou quando o delta do Tejo ocupava todas esta vasta região.

Seguimos rodeados de pinheiros e sobreiros, uma paisagem-surpresa depois de uns poucos de PR's percorridos nesta região. Depois o caminho começa a fechar, por falta de uso, e a dada altura já ansiamos por uma catana. Mas fomos progredindo, na nossa ligeira roupa de Verão, dando o melhor da nossa pele para fazer frente às invasoras. Nada de muito complicado na verdade. À nossa direita, escondida pelo relevo, está a BA2, Base Aérea da Ota.
À nossa esquerda começa a surgir um extenso romanzal, e, junto de um depósito de água acabamos por desembocar num caminho pelo meio da quinta.

Pouco metros se percorrem no bem bom; curvamos à esquerda e logo adiante, antes de virar à direita, há que abandonar o caminho o melhor possível, saltando uma pequeno rego de água, para cair no meio do mato tanto quanto possível sem arranhões. Aí há que caminhar uns dez metros entre silvas até começar a subir uma ponte que atravessa o rio que ali passa (Ota?).
A ponte está completamente mergulhada em vegetação, invisível, mas caminha-se sobre ela sem problema, não há silvas. Na outra extremidade há que saltar um pequeno portão improvisado (uns trabalhadores do romanzal disseram-nos que o podíamos fazer) para descer a ponte e desembocar num campo abandonado que seguimos em linha recta até á estrada asfaltada no lugar de Aldeia. Embora seja pena perder este troço, quem não desejar a aventura pode sair de Ota para leste, sempre por asfalto, até este mesmo lugar.

Seguimos a estrada, à direita e ao cabo de uns metros viramos à esquerda por um caminho de terra batida, do qual saímos à esquerda e depois logo à direita, contornando uma casa e seu quintal. Estamos então defintivamente lançados na zona florestal, a maior mancha florestal do concelho. À nossa direita vamos sempre ouvindo os disparos no Clube de tiro do Vale das Pedras.
Vamos inicialmente seguir o trajecto do Aqueduto do Alviela, passamos pelo sifão número 26 e suas duas câmaras de acesso, e mais adiante abandonámo-lo à esquerda para seguir a fronteira entre o ecucaliptal e uma extensa plantação industrial de pimento.

No final vamos atravessar o muro da barragem da Chã Alta que retem um pequeno lago de água para rega. É um local de paz e isolado, onde soube bem sentar um bocado na pequena "praia" para para um snack.

Quando retomamos, cruzamos uma comporta de escape abandonada e fomos até ao sopé do Monte Redondo (o Mamelão da Ota), uma elevação jurássica com altitude de 212 metros que se ergue majestosa no meio destes terrenos terciários.
Aí viramos à esquera e seguimos pela zona mais interior da floresta, essencialmente de eucalipto, mas mais adiante a ceder lugar a pinheiro bravo e pinheiro manso.

Depois de umas voltas pelo meio de canaviais e vestigios de pomares e vinhas abandonados, entramos num estradão de saibro branco ofuscante, felizmente ladeado de oliveiras, que nos devolve à Ota. E é já a entrar na povoação que passamos ao singelo cruzeiro da Ota, escondido na vegetação à nossa esquerda, onde se pode ler:
PEDESTAL/MANDADO ERIGIR/PELA RAINHA STA IZABEL E CRUZ/FEITA POR/D.VASCO BELMONTE/1874"
Segundo reza a lenda, a Raínha Santa costumava aqui ensinar crianças...


Ota

Crê-se que o topónimo Ota deriva do árabe (uata) e quer dizer sítio baixo. De facto, tratava-se de um vasto campo alagadiço, o Paul da Ota, aquele que D. Sancho I doou, em 1189, ou 1193, ao convento de Alcobaça, doação confirmada em 1195 por Celestino III. Aqui realizaram os monges as primeiras obras de arroteamento e drenagem realizadas no país, que posteriormente aplicaram nos coutos de Alcobaça.
O paul da Ota será coutado, em 1486, por D. João II.

Esta região vinha, no entanto, sendo já habitada desde tempos pré-históricos. O geólogo Carlos Ribeiro, projetou o nome da localidade a nível mundial, com as descobertas arqueológicas aqui realizadas, entre 1864 e 1885, chegando a criar o vocábulo otaniense para designar uma suposta fase do terciário.

Contava a povoação de Ota 17 vizinhos em 1497, e 27 trinta anos mais tarde, somando os de Ota e Paul. Em 1712 são 20 os fogos (só em Ota), número que ainda se mantém em meados do mesmo século. Atingirá o dobro, exatamente 40, em 1873 e daqui até 1911 chegará aos 71, contando 293 moradores.

A igreja matriz, da invocação do Divino Espírito Santo, de traça modesta, é reconstrução de outra mais antiga, que ruiu com o terramoto de 1755. Da primitiva restam hoje alguns silhares de azulejos do século XVII, uma pia de água benta de traça manuelina e uma lápide tumular datada de 1567.

(excertos de informação disponível no site da Câmara)


Aqui existiram algumas quintas históricas:

A Quinta de Ota, que terá sido parte de uma propriedade pertencente aos frades cistercienses, estava na segunda metade do século XV na posse de Pedro Afonso e era foreira ao Mosteiro de Odivelas.
Rui de Figueiredo, escrivão da fazenda e fidalgo da Casa Real, comprou-a em 1499. Em 1524, fundou-se um morgado, que no século XIX era administrado pelos condes de Belmonte (Figueiredo Cabral da Câmara), descendentes desse Rui de Figueiredo. O monumento frente à Junta de Freguesia recorda precisamente D. José Maria de Figueiredo Cabral da Câmara (1848-1930), 4.º Conde de Belmonte, 13.º senhor do morgado da Ota, e que foi vice-presidente da Câmara de Alenquer entre 1878 e 1882.

A Quinta da Torre, que pertenceu aos visconde de Lindoso.

A Quinta da Vassala, que nos princípios do séc. XIII era dum Nuno Gonçalves e foi modernamente dos viscondes da Abrigada.

A quinta da Bordália, que em 1510 estava na posse de Francisco Velho, escrivão dos armazéns da Guiné e Índia.


Links para os outros Percursos Pedestres de Alenquer:

Alenquer PR1 - 16.53 Km - Rota das Encostas da Serra
Alenquer PR2H - 22.61 Km - Carreiro da Senhora (alternativa viável)
Alenquer PR3H - 10.94 Km - Charneca de Ota
Alenquer PR4 - 14.19 km - Rota dos Moínhos
Alenquer PR5 - 12.43 Km - Rota de Santa Quitéria
Alenquer PR6 - 11.87 Km - Rota de Nossa Senhora da Encarnação
Alenquer PR7H - 9.57 Km - Campos do Pereiro
Alenquer PR8H - 16.46 Km - Rota dos Caminhos da Raínha
Alenquer PR9H - 13.54 Km - Rota das Cerejas


O site dos percursos pedestres de Alenquer:

--> Percursos Pedestres de Alenquer

Waypoints

PictographMonument Altitude 111 ft

Aqueduto do Alviela sifão 26 (a)

PictographMonument Altitude 151 ft
Photo ofAqueduto do Alviela sifão 26 (b)

Aqueduto do Alviela sifão 26 (b)

PictographLake Altitude 140 ft
Photo ofBarragem da Chã Alta Photo ofBarragem da Chã Alta Photo ofBarragem da Chã Alta

Barragem da Chã Alta

Photo ofCruzeiro Raínha Santa Isabel Photo ofCruzeiro Raínha Santa Isabel

Cruzeiro Raínha Santa Isabel

PictographWaypoint Altitude 61 ft
Photo ofDepósito de água / romanzal Photo ofDepósito de água / romanzal

Depósito de água / romanzal

PictographWaypoint Altitude 188 ft

Estradão

PictographWaypoint Altitude 183 ft
Photo ofExtenso campo de pimentos Photo ofExtenso campo de pimentos Photo ofExtenso campo de pimentos

Extenso campo de pimentos

PictographMonument Altitude 0 ft
Photo ofMarco Mala-posta Photo ofMarco Mala-posta

Marco Mala-posta

PictographSummit Altitude 696 ft
Photo ofMonte Redondo

Monte Redondo

PictographBus stop Altitude 102 ft

Paragem de bus coberta

PictographCar park Altitude 106 ft
Photo ofParking, igreja do Espírito Santo, café Photo ofParking, igreja do Espírito Santo, café Photo ofParking, igreja do Espírito Santo, café

Parking, igreja do Espírito Santo, café

PictographProvisioning Altitude 93 ft
Photo ofPastelaria Flor da Ota

Pastelaria Flor da Ota

PictographBridge Altitude 68 ft

Pequena ponte

PictographWaypoint Altitude 130 ft
Photo ofPequena praia Photo ofPequena praia

Pequena praia

PictographBridge Altitude 94 ft

Ponte sobre Rio Ota

PictographBridge Altitude 70 ft
Photo ofPontão

Pontão

PictographWaypoint Altitude 119 ft
Photo ofRepresa Photo ofRepresa

Represa

PictographFountain Altitude 99 ft

Torneira

Comments  (3)

  • Photo of jose.vieira1
    jose.vieira1 May 7, 2021

    I have followed this trail  verified  View more

    Os eucaliptos já não existem, foram cortados e amontoados. Mas o percurso é muito agradável nesta época, Maio, tem muitas cores das plantas rasteiras

  • Photo of papaleguas
    papaleguas May 7, 2021

    Woww... a paisagem é dinâmica. Mas se viessem a seguir umas caducifolias em vez de eucaliptos, era bom!
    Obrigado pela actualização, José Vieira.

  • Photo of sluning
    sluning Jul 24, 2021

    I have followed this trail  View more

    I am sure this used to be a nice circular trail, as it was also part of the official network: http://www.walkingportugal.com/z_distritos_portugal/Lisboa/Alenquer/ALQ_pr3_charneca_de_ota_mapa.pdf
    I have done the walk in July 2021. Unfortunately the trees have all been cut. What is remaining is a sad landscape with some newly planted baby eucalyptus. I was rather disappointed. Part of the trail is also cut off by barriers. Near the town of Pacos, the trail seems to have disappeared. It would require jumping over some fences which I rarely do because of dogs on private property. Hopefully in 10 years time the trees have grown sufficiently, so that it is a nice view again. But I realize these are plantations, so they will be cut again, too...

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