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Aldeias Históricas: Sortelha

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Trail stats

Distance
1.66 mi
Elevation gain
207 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
207 ft
Max elevation
2,575 ft
TrailRank 
78 5
Min elevation
2,361 ft
Trail type
Loop
Time
one hour 41 minutes
Coordinates
600
Uploaded
March 24, 2019
Recorded
March 2019
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near Sortelha, Guarda (Portugal)

Viewed 1097 times, downloaded 26 times

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.

- Percurso livre, sem marcações, que percorre praticamente toda a vila dentro das muralhas;
- Este percurso cruza-se com o PR7 - Caminho histórico de Sortelha e com o GR22 - Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal;
- Os locais assinalados como pontos de interesse não são os únicos existentes, pois a vila é riquíssima em património histórico arquitetónico. Por conseguinte, existem mais locais de destaque para visitar;
- Importa também referir que este percurso apenas pretende ser uma orientação. Mas o ideal será mesmo deixar-se guiar pela sua vontade e livre escolha ao longo das várias ruas deste burgo. Cada uma com as suas características, todas diferentes e sempre cheias de agradáveis surpresas;
- No burgo dentro das muralhas encontrará vários cafés / bares com esplanada, onde poderá descansar e comer / beber algo. Existem também lojas com artesanato local.
Por último, saliente-se o facto de que a vila de Sortelha está impecavelmente preservada, limpa e muito bem organizada. É de facto um prazer perdermo-nos pelas suas ruas e vielas.

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Sortelha
Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitetónica inalterada até aos nossos dias, sendo considerada uma das mais bem conservadas. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo e vigiadas por um sobranceiro castelo do séc. XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte da igreja renascentista. Vila fronteiriça de fundação medieval, com foral concedido em 1228, Sortelha só perderá este estatuto concelhio com a reorganização administrativa feita pelo estado liberal no séc. XIX. A antiga vila constitui um espaço urbano medieval (séc. XIII-XIV), que encontra nas necessidades defensivas e na organização militar do espaço a sua matriz essencial, bastante alterada com as intervenções ocorridas no período manuelino (séc. XVI) e na centúria de seiscentos. Semelhante estrutura ainda hoje é observável, porque, desaparecidas as exigências defensivas que estão na origem e posterior utilização do castelo medieval, a sua população preferiu progressivamente instalar-se num arrabalde, em zona mais fértil e menos acidentada, não sofrendo portanto o espaço dentro de muros adaptação considerável às condições de vida dos séculos mais recentes. Dois espaços fundamentais configuravam Sortelha. No ponto mais elevado, sobranceiro ao vale e na vertente mais inacessível, situa-se o Castelo: era o pólo exclusivamente militar, bem marcado pelo perfil destacado da Torre de Menagem; no seu interior ainda se pode ver a Cisterna, para o abastecimento de água e uma Porta Falsa. A serpentear o cabeço e tomando-lhe a forma oval, levantou-se a muralha, no seio da qual se estabeleceu a população da antiga vila. Espaço fechado, comunicava com o exterior por portas abertas a Este - Porta da Vila , Oeste - Porta Nova e Noroeste - Porta Falsa, tendo ainda uma saída de recurso junto ao Castelo. O perímetro defensivo contava além do mais com a Torre do Facho, bem como com outra torre de vigia na Porta da Vila. A mancha construída revela laboriosa adaptação à extrema irregularidade topográfica, apresentando o conjunto uma disposição em anfiteatro. A malha urbana, pouco densa e composta por quarteirões muito irregulares, estrutura-se a partir de um eixo principal, de ligação entre as portas da Vila, composto pela Rua da Fonte e Rua Direita. Como espaços urbanos mais significativos surgem: o Largo do Corro, amplo terreiro aberto à entrada nascente da Vila, onde se ergue uma árvore secular e se destaca uma Fonte de mergulho medieval ou quinhentista; o Largo do Pelourinho, onde se localiza a Casa da Câmara e Cadeia e o Pelourinho, constituindo além do mais a zona de acesso ao Castelo; o Largo da Igreja, de limites imprecisos e que funciona como articulação viária entre a Rua da Fonte e a Rua Direita; e por fim, um espaço muito específico, formado extramuros, junto à Porta Nova: ladeando o troço da Calçada Medieval, ligação antiga da vila à Ribeira da Cal ao Casteleiro, encontram-se as ruínas da Igreja de Santa Rita, o antigo Hospital da Misericórdia, do séc. XVII (reaproveitamento de uma gafaria medieval) e, junto ao cemitério, a Capela de Santiago. No que respeita à habitação, domina a casa de dois pisos, construída com materiais da região. Tem planta retangular, localizando-se a loja no piso térreo e a habitação no superior. O acesso faz-se por escada interna de tiro em madeira, ou através de escadas exteriores com patamar e balcão simples, sendo raro o alpendre. O número de portas e janelas é reduzido ao essencial, e muito pontualmente surgem decoradas (janela manuelina, moldura de meia cana, elementos estruturais biselados). Nesta arquitetura rude e discreta destacam-se algumas habitações por na fachada exibirem pormenores mais cuidados e que ,por vezes, correspondem a uma singular identidade social do ocupante - Casa do Escrivão, Casa do Governador e Casa do Juiz.

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PONTOS DE INTERESSE NÃO ASSINALADOS

- No largo do Corro:
CASA DOS FALCÕES ou CASA SETECENTISTA - Edifício do século XVI, localizado em frente à fonte de mergulho, a Casa dos Falcões, com remodelações no século XVIII, sofreu influências vernaculares. Exibe planta quadrangular, com dois pisos (sendo o piso térreo para fins comerciais e o primeiro andar para residência), vãos de lintel reto sem moldura saliente e escada com patamar moldurado.
CASA NÚMERO UM ou CASA DO ESCRIVÃO - Data presumivelmente do Séc. XIII, datação apoiada na fresta medieval e no facto de ter pertencido aos Ferreira Ferraz, antigos alcaides da Sortelha. Embora o edifício não possua nenhum elemento medieval comprovado, a sua possível construção corresponde aos Séc. XVI-XVIII. Possui influências vernaculares e classicistas. Apresenta diferenciação entre os dois pisos, uma escada exterior adossada à casa contígua e vãos de lintel reto, sendo que apenas uma janela possui moldura saliente lisa. O nome do edifico advém de uma inscrição que possui numa das portas a nível térreo.
FONTE DE MERGULHO - Na povoação existe uma Fonte de Mergulho encimada por uma Alminha / Cruzeiro. A fonte de mergulho apresenta um arco em abóbada de berço e encontra-se fechada. A alminha / cruzeiro poderá ter sido um marco romano, posteriormente transformado em alminha. Apresenta duas inscrições, “1865 / 69” e, por baixo “A. M.”.

- No Castelo:
PORTA DO CASTELO - A porta do castelo está virada para oeste, o largo central da Vila, onde se encontra a Casa da Câmara com o pelourinho, mas bastante mais elevada. É em parte talhada na rocha, tendo arco de volta perfeita assente sobre impostas aos 2 m de altura. O arco apresenta algumas marcas de canteiro, praticamente irrepetíveis na Vila, e também uma cruz na ombreira direita.

- No largo do Campanário:
CASAS DO CAMPANÁRIO - Situadas na zona intramuralhas de Sortelha, são duas casas de aldeia que aliam o conforto do presente com a história do passado, constituindo um exemplo da arquitetura tradicional da Beira Interior.
CASA DO GOVERNADOR - A Casa do Governador do Concelho de Sortelha é atribuída aos séculos XV ou XVI, com ocupação posterior. Possui dois pisos e uma planta quadrangular e regular. A fachada principal apresenta cornija e vãos de lintel reto sem moldura, demonstrando influências classicistas. Destacamos ainda uma janela de sacada moldurada, com mísulas laterais, a diferenciação funcional dos pisos, sendo o inferior para lojas, que possuía uma cozinha com lareira e pavimento lajeado, bem como um armário embutido na parede e um nicho rematado por uma cruz. No quintal existe um poço.
RESIDÊNCIA PAROQUIAL ou PASSAL - O edifício que foi residência paroquial, situado na Rua Direita, é um dos melhores imóveis da Vila. Tem planta quadrangular, com dois pisos. Datável do séc. XVI, sofreu remodelação em 1756, conforme a data gravada no lintel da porta principal. Por cima desta uma composição apresenta uma cruz perolada e uma Cruz de Malta, pelo facto de um dos vigários ter sido Comendador da Ordem de Malta. Uma das janelas do piso superior possui uma pequena cruz gravada no exterior do peitoril. Tem também uma interessante marca cruciforme na ombreira direita, assente sobre o anagrama de Cristo IHS.

- A noroeste, junto à Porta Falsa:
CABEÇA DA VELHA - Nesta região de acidentado relevo e de escasso revestimento vegetal abundam as formações graníticas de aspecto bizarro que, modelados pelos agentes erosivos naturais (vento e chuva), adquirem curiosas fisionomias de conotações fantasiosas que decoram e alegram o cenário envolvente a Sortelha. Muitas delas possuem diversos topónimos sugestivos associados e até algumas lendas. Em Sortelha destaca-se a conhecida Cabeça da Velha, pela sua fisionomia que lembra um rosto envelhecido pela idade.
TORRE DO FACHO - Na face voltada a poente, localiza-se a única torre adossada à muralha românica para melhor flanquear e controlar o acesso ao interior do aglomerado. A torre aumentou consideravelmente o campo de visão da fortificação para toda a região da transição da Meseta para a Cova da Beira, até à Serra da Estrela e à Beira Baixa, possibilitando o contacto visual com os castelos envolventes de Belmonte, Covilhã e Monsanto, obtendo por isso o nome popular de Torre do Facho – em memória da tocha à noite ou do fumo de uma fogueira de dia aí colocados para contacto visual com esas fortificações próximas. É de planta rectangular e tem cerca de 10 m de altura, estando completamente revestida de inúmeras marcas de canteiro, que a datam a sua fundação dionisina ou fernandina.
CASA ÁRABE - Na Rua Dá Mesquita encontra-se a Casa Árabe, situada perto da Porta Falsa e da Torre do Facho. É um simples imóvel de arquitectura tradicional, de um só piso, de planta em L e regular, vãos de lintel reto sem moldura e uma inscrição no lintel: "Jhvs Ave Maria". A sua datação deverá recuar ao séc. XIV, tendo em conta as ombreiras biseladas da porta e a inscrição em gótico cursivo. Atualmente a casa serve para turismo.
PASSO DA VIA SACRA - No século XVIII, mais especificamente em 1742, foram edificados Passos da Via Sacra com motivos decorativos de influência barroca: nicho de lintel reto, coroamento com volutas, rosetas, triângulos e lintel saliente, muito semelhante a uma cornija. O conjunto é constituído por cinco passos, semelhantes entre si, espalhados pela povoação, sempre adossados a paredes: a Capela de São Sebastião, pano de muralha na Porta da Vila, entrada do castelo no Largo do Pelourinho, cabeceira da Igreja Matriz e outro junto à Porta Falsa, na Rua Dá Mesquita.

- A oeste, junto à Porta Nova:
TROÇO DA CALÇADA MEDIEVAL - Da Porta Nova, no exterior das muralhas, junto ao conjunto constituído pelo Antigo Hospital da Misericórdia, à Igreja da Misericórdia e à Capela de Santiago, segue um troço de calçada medieval, com cerca de 30m de extensão e com uma largura de 5m. A pavimentação deste troço foi efetuada com blocos de granito regulares. A sua construção está relacionada com a construção da Porta Nova da Vila.

- Junto à Igreja da Misericórdia:
ANTIGO HOSPITAL DA MISERICÓRDIA - O Antigo Hospital da Misericórdia situa-se no Largo de Santa Rita, perto da Porta Nova da Vila. A sua construção remonta ao século XVI, embora alguns autores coloquem a possibilidade de, em época medieval, ter funcionado como gafaria ou hospício de Santiago. Corresponde a um edifício térreo, de planta retangular e apresenta vãos de lintel reto sem moldura saliente. É constituído por quatro construções ligadas entre si.

- No Largo da Cerdeira:
FONTE DA AZENHA - Espaldar liso com cornija, bica em forma de canal e tanque retangular escavado na rocha.

Waypoints

PictographReligious site Altitude 2,385 ft
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Capela de S. Sebastião

Encontra-se isolada no caminho que nos conduz ao núcleo amuralhado. Com uma planta longitudinal simples, apresenta na fachada principal um portal em arco pleno. No seu interior podemos observar um retábulo em talha pintada, sendo o pavimento e o tecto forrados a madeira.

PictographMonument Altitude 2,413 ft
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Porta da Vila

A Porta da Vila ficava orientada a Nordeste e era a principal do burgo amuralhado. A porta tinha um arco apontado e arestas biseladas, com uma guarita no topo da muralha, do lado esquerdo. Foi construída numa fase posterior à muralha original, apresentando aparelho isódomo, onde se destaca o notável conjunto de pedras sigladas que estão nos silhares exteriores da muralha, particularmente no lado direito.

PictographMonument Altitude 2,424 ft
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Largo do Corro

Amplo terreiro aberto à entrada nascente da Vila, onde se ergue uma árvore secular e se destaca uma Fonte de mergulho medieval ou quinhentista.

PictographMonument Altitude 2,439 ft
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Casa com janela Manuelina

Edifício residencial de planta retangular, com dois pisos, escada exterior com guarda de pedra, balcão e vãos de lintel reto sem moldura saliente. Exibe, como particularidades, uma janela manuelina com arco canopial inciso no lintel, uma porta com ombreiras biseladas, uma mísula para suporte de vasos e uma cruz gravada.

PictographMonument Altitude 2,456 ft
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Pelourinho

Pelourinho Manuelino de tabuleiro Mandado construir em 1510 por D. Manuel situa-se no Largo fronteiro à Casa da Câmara e Cadeia no sopé do castelo. Exibe seis degraus octogonais, a coluna não possui base e o capitel é canelado com secção circular. Sobre este existe uma peça em forma de losango, com lados curvos. O remate é efetuado em tabuleiro, originando uma imagem de secção circular, devido à sobreposição de anéis em forma crescente, onde assentam quatro colunelos. No topo encontra-se uma esfera armilar alongada atravessada por um espigão em ferro.

PictographMonument Altitude 2,459 ft
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Casa da Câmara e Cadeia

A Antiga Casa da Câmara e Cadeia fica situada no Largo do Pelourinho e a sua construção remonta ao século XVI, tendo em conta as armas manuelinas e a datação atribuída ao pelourinho. O edifício tem dois pisos, sendo o piso inferior a cadeia e o superior a Câmara. A planta é retangular simples, com dois compartimentos por piso. Os vãos são de lintel reto, sem moldura saliente. Curiosamente, o piso inferior é encravado na muralha. Em 1855 com a extinção do concelho de Sortelha, o edifício foi transformado em escola primária, recentemente desativada. Atualmente funciona no edifício a Junta de Freguesia.

PictographCastle Altitude 2,482 ft
Photo ofCastelo, Muralhas e Torre de Menagem Photo ofCastelo, Muralhas e Torre de Menagem Photo ofCastelo, Muralhas e Torre de Menagem

Castelo, Muralhas e Torre de Menagem

O Castelo está classificado como Monumento Nacional, desde 1910. A sua situação geográfica permite-lhe um controlo do vale. É possível que no local existisse um castro pré-romano. Na Idade Média o repovoamento da zona ocorre no século XII com D. Sancho I e em 1228 D. Sancho II outorgou-lhe foral e foi nesta época que terá sido construído o castelo. Corresponde a um castelo roqueiro românico-gótico, com intervenção pontual do manuelino. As muralhas foram construídas tendo por base a técnica de construção que consistia no levantamento de duas paredes fortes e paralelas, que eram seguidamente cheias com pedra grossa e gravilha. A cidadela fica fora do perímetro amuralhado, a sul deste, com uma torre de menagem, de planta quadrada, no centro do recinto. Exibe apenas uma abertura a sul (portal de arco de volta perfeita), três seteiras e merlões retangulares. Possui ainda duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. A primeira apresenta balcão com mata-cães e, ao lado, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. Tradicionalmente este balcão é apelidado de Varanda de Pilatos. O perímetro amuralhado da vila apresenta um traçado ovalado irregular. A muralha assenta, em vários locais, diretamente no afloramento rochoso e não possui merlões. Apresenta quatro portas que permitiam fazer a ligação com o exterior: Porta da Vila ou Porta do Concelho, Porta Nova, Porta Falsa e outra Porta Falsa junto ao castelo. Existe ainda uma outra torre, a Torre do Facho, de planta quadrada, desprovida de vãos. Entre as particularidades do castelo destacamos a ausência de merlões nas muralhas, o torreão de planta circular sobre o adarve, portas com arco quebrado, outras de volta perfeita e a “vara” ou “côvado” (medidas padrão) na Porta Nova. Estas antigas medidas medievais, a “vara” e o “côvado”, foram aí mandadas colocar pelo rei. Tinham como função servir de marcas de aferição para as feiras que aqui se realizavam. Na Época Moderna (séculos XVII-XVIII) começou a desenvolver-se o arrabalde exterior à povoação, inicialmente no seguimento da saída que ligava ao Sabugal. Posteriormente disseminou-se pelas vertentes e foi-se afastando das muralhas. Desenvolve-se relativamente distante do núcleo amuralhado e é caracterizado sobretudo por solares. As tropas napoleónicas passaram por Sortelha e, na sequência dos combates que aqui travaram, dinamitaram parte da muralha do castelo. Assim, se estivermos localizados no Largo do Corro voltados para a Porta da Vila é possível observar à esquerda desta uma parte da muralha recentemente reconstruída. Este monumento Nacional foi recentemente valorizado no âmbito das Aldeias Históricas de Portugal.

PictographReligious site Altitude 2,515 ft
Photo ofIgreja Matriz ou Igreja de Nª Senhora das Neves Photo ofIgreja Matriz ou Igreja de Nª Senhora das Neves Photo ofIgreja Matriz ou Igreja de Nª Senhora das Neves

Igreja Matriz ou Igreja de Nª Senhora das Neves

A Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora das Neves, fica localizada no Largo da Igreja, dentro do perímetro amuralhado. Inclui, para além da igreja, a torre sineira, um passo da via sacra e algumas sepulturas escavadas na rocha. Embora, atualmente, o que podemos observar corresponda a uma igreja renascentista, a sua construção poderá datar do século XVI, uma vez que no portal possui a data de "1573". Foi Vigaria do padroado real e Comenda da Ordem de Cristo. Ao longo dos séculos sofreu profundas alterações. Possui uma planta longitudinal, uma única nave, cornija e gárgulas de canhão. O portal principal é caracterizado por arco pleno, pilastras caneladas, capitel de inspiração jónica e esferas armilares. No interior da capela-mor podemos observar um teto mudéjar. Saliente-se, ainda, o púlpito renascentista, retábulos de estilo renascentista, maneirista, nacional e joanino, um baixo-relevo na fachada principal e a pia baptismal assente sobre três degraus. Na parede lateral da capela-mor existe uma imagem gótica de Nossa Senhora das Neves com o menino ao colo. A cabeça desta imagem foi decepada, segundo diz a lenda, por um soldado napoleónico que se queria certificar se a imagem seria de ouro.

PictographMonument Altitude 2,558 ft
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Campanário ou Torre Sineira

Implantada no topo de um penedo frente à fachada principal. É uma construção arcaica, a que se acede por uma escadaria, em que muitos degraus são talhados na rocha. Possui duas ventanas com sinos.

PictographMonument Altitude 2,550 ft
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Porta Falsa

Esta porta adquiriu este nome, pois é a duplicação de entrada no burgo amuralhado Com arco ligeiramente apontado, chanfrado pelo exterior e com abóbada redonda, não apresenta impostas e tem ombreiras chanfradas. As suas funções iniciais perderam-se e talvez por isso tenha então sido inutilizada e entaipada, para reduzir os pontos fracos na estrutura defensiva. Pelas diferenças morfológicas dos arcos das portas - dois quebrados e um de volta perfeita - podemos deduzir que a porta de morfologia mais antiga é a que se denomina como Porta Nova, apesar da contradição do nome. Tal facto pode ser explicado pelo seu nome ser bastante antigo, em momento anterior às reformas dionisinas das restantes portas.

PictographMonument Altitude 2,537 ft
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Porta Nova

A poente, com arco de volta perfeita com três fiadas de aduelas assentes em impostas. Contrariamente ao que o nome indica, das 3 portas, esta é a mais antiga. Possui na lateral externa gravadas duas antigas medidas praticadas nos mercados e feiras: o côvado (66cm) e a vara (110cm). Era nas imediações desta porta que decorria mercado medieval.

PictographPanorama Altitude 2,542 ft
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Sepulturas escavadas na rocha e panorâmica do Vale da Ribeira do Casteleiro

PictographMonument Altitude 2,526 ft
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Igreja da Misericórdia

A Igreja da Misericórdia (Igreja de Santa Rita ou de São João) fica situada no exterior do recinto amuralhado, e tem origens medievais, pois em 1320 era taxada em 70 libras, como Igreja de São João. A Igreja da Misericórdia foi transferida para este edifício em 1626, altura em que terá sido ampliada. A atribuição do nome de Santa Rita a este templo relaciona-se, possivelmente, com a grande devoção da população a esta santa e a existência de uma imagem da mesma, num dos altares da igreja. O imóvel encontra-se em ruínas há mais de 50 anos e apresenta planta retangular com nave única, que atualmente não possui cobertura. O portal principal é em arco abatido, encimado por duas janelas de lintel reto. No interior, o arco triunfal é de volta inteira e a base do púlpito é decorada com voluta e motivo antropomórfico medieval. Tem ainda a sacristia adossada do lado sul e sobra ainda a armação em ferro forjado do seu primitivo campanário.

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Sepulturas Antropomórficas

Em torno das duas igrejas de Sortelha, especialmente na Igreja da Misericórdia, no exterior das portas, existem ainda abundantes vestígios de sepulturas escavadas na rocha. Os adros foram, durante muitos séculos, lugares privilegiados de enterramento dos defuntos. Era uma prática comum que atesta a antiguidade destes templos. As sepulturas foram sendo abertas no afloramento granítico e algumas perduram atualmente bem conservadas, apresentando morfologia antropomórfica, oval ou retangular. Existem de tamanho adulto e infantil. Com a colocação de pavimento na envolvente das igrejas muitas ficaram soterradas.

PictographPanorama Altitude 2,568 ft
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Panorâmica interior da vila

Comments  (6)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Feb 1, 2022

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    Visitar Sortelha é submergir na história, no passado, uma viagem no tempo. Esta aldeia é simplesmente deslumbrante. Parece irreal... e passear pelas suas estreitas vielas, entrar no castelo, subir às muralhas... é toda uma incrível experiência. É absolutamente obrigatório visitar esta pérola beirã! Muito, muito bonita, mesmo. Para regressar, claro esta! Grande abraço.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Feb 1, 2022

    Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
    Eu não diria melhor: Sortelha é LINDA!!! Grande abraço.

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Mar 20, 2022

    I have followed this trail  View more

    O que dizer de Sortelha? Simplesmente, é fabulosa!!! Um regalo para os olhos e demais sentidos. Para regressar, claro está! Abraço.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Mar 21, 2022

    Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
    Sortelha é, sem dúvida, fantástica! Grande abraço!

  • Photo of fsoares81
    fsoares81 Oct 6, 2022

    João Marques Fernandes, Bom dia!
    Quero agradecer-te as dicas e orientações por toda a Beira Interior. Acabamos de vir de umas mini férias pelas Aldeias Históricas (e mais algumas) apoiadas nestas tuas descrições. Passámos por Monsanto, Penha Garcia, Sabugal, Sortelha, Castelo Mendo, Castelo Bom, Castelo Rodrigo, Almeida, Belmonte, Penamacor, Linhares da Beira, Folgosinho, Celorico da Beira, Trancoso, Penedono. O nosso Portugal é lindo e tem muita história.
    Obrigado pelo teu trabalho.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Oct 6, 2022

    Olá Filipe, muito obrigado pelas tuas simpáticas palavras!
    É ótimo saber que as informações aqui partilhadas vos foram úteis. Quando fizemos esse percurso pelos castelos da Beira Interior também ficamos maravilhados com o tanto que o nosso país tem que desconhecemos... e ainda nos falta fazer a parte mais a norte, Trás-os-montes (esteve para ser este verão, mas...).
    Grande abraço e beijinho para a Tita. Até breve!!

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