13-06-2023 - Pequeno percurso no trilho Salto do Cabrito - São Miguel PRC29 SMI

13-06-2023 - Pequeno percurso efectuado no trilho das Caldeiras da Ribeira Grande – Salto do Cabrito - São Miguel PRC29 SMI

Com inicio do parque de estacionamento junto á nova central Hidroelétrica do Salto do Cabrito seguimos rumo as escadas que dão acesso à passadeira metálica que nos conduz até à Antiga Central Hidroelétrica do Fajã do Redondo, sendo Posteriormente efectuado retorno e visita á nascente da Ribeira Grande situada nas proximidades do parque de estacionamento.

Aproveitamento hidroeléctrico da Ribeira Grande : fábricas da luz do Salto do Cabrito e da Fajã do Redondo : núcleo museológico

Antiga Central Hidroelétrica do Salto do Cabrito
Em setembro de 1900, a Câmara Municipal da Ribeira Grande adjudicou, ao Eng.º José Cordeiro, a iluminação elétrica, em número de 270 lâmpadas de incandescência de 16 “velas” e 6 arcos voltaicos de 6 amperes cada um.
Para este efeito foi então construído o primeiro aproveitamento hidroelétrico da Ribeira Grande, a Central Hídrica do Salto do Cabrito, que iniciou oficialmente o seu funcionamento a 28 de setembro de 1902 para a então Vila da Ribeira Grande, tendo funcionado até ao ano de 1972.
Esta Central era dotada de um pequeno açude ainda existente, a alguns metros a montante da cascata do mesmo nome, um canal e uma conduta forçada, que encaminhava a água até ao antigo edifício no local onde hoje em dia se encontra a nova Central. Ao percorrer o trilho pedestre existente é, ainda hoje, possível avistar partes destas infraestruturas hidráulicas.

Central Hidroelétrica da Fajã Redonda
Em 1925, deu-se início à construção da Central Hídrica da Fajã Redonda, tendo entrado em exploração no ano de 1927 ao serviço da Câmara Municipal de Ponta Delgada através dos seus Serviços Municipalizados e destinava-se a reforçar o abastecimento de energia eléctrica à cidade de Ponta Delgada.


Este aproveitamento tinha o seu nível de armazenamento à cota de 314,90 metros e a tomada de água era efetuada na barragem de construção em alvenaria que conta com cerca de 11 metros de altura máxima.
O canal de adução tinha uma secção retangular com 1,2 metros de largura, 1,6 metros de altura e um desenvolvimento de 550 metros. Devido à instabilidade das encostas o canal foi posteriormente coberto em parte significativa do seu traçado.
O canal terminava numa pequena câmara de carga, de formato irregular, equipada com uma descarga de fundo e um canal de restituição para a ribeira.
A conduta forçada metálica tinha um diâmetro interno de 800 milímetros e uma extensão de 625 metros, realizando a ligação da água, em pressão, entre a câmara de carga e a central.
Construído na margem direita, num desaterro de 30 por 20 metros feito na rocha, o edifício em alvenaria possibilitava o aproveitamento de um desnível de 93,20 metros de altura de queda. Em 1927 foram instalados dois grupos hídricos de 310 kVA e, em 1935, um terceiro grupo de 390 kVA, sendo até então a maior central no arquipélago. Todos os grupos hídricos utilizavam turbinas Francis. A produção de energia hidroelétrica cessou em 2004.
A Central da Fajã Redonda é um imponente edifício em alvenaria construído num desaterro realizado na margem da ribeira com 30 por 20 metros e possui três turbinas do tipo Francis instaladas, as duas primeiras de 310 kVA em 1927 e a terceira de 390 kVA em 1935, que trabalharam regularmente até ao ano de 2004, altura em que a Central parou para permitir a construção da Central do Salto do Cabrito. O edifício alberga ainda os quadros de média tensão dos grupos, instalados numa plataforma sobrelevada e os transformadores de potência. Existe ainda um edifício auxiliar encaixado no edifício principal que servia de oficina e de arrecadação.

A visita a esta Central permite verificar como era produzida, este passeio é amplamente utilizado pelas escolas nas suas actividades de Verão. O trilho entre as centrais da Fajã Redonda e do Salto do Cabrito é efectuado através de um passadiço sobre a ribeira obrigando a uma maior atenção, não sendo aconselhável a crianças de menor idade ou a pessoas com maiores dificuldades de locomoção. Este trilho, onde agora se situa a conduta e o passadiço utiliza a plataforma onde foi escavado o canal da primeira Central do Salto do Cabrito construída em 1902 e percorre a garganta por onde passa a Ribeira Grande e que termina numa queda de água denominada de Salto do Cabrito que deu o nome ao local e à central aí existente.


NOVA CENTRAL HIDROELÉTRICA DO SALTO DO CABRITO
Com o rendimento da Central Hídrica da Fajã Redonda a decair, devido à idade avançada dos seus componentes hídricos e elétricos, foi estudada uma alternativa para a construção de uma nova Central. Com o intuito de aproveitar ao máximo as infraestruturas hidráulicas já existentes e indo à procura de uma maior queda, resultando num maior potencial energético, surgiu o projeto para uma nova Central Hídrica do Salto do Cabrito.
Esta nova Central foi construída em 2006 aproveitando a localização da antiga Central com o mesmo nome e as infraestru- turas hidráulicas da Central Hídrica da Fajã Redonda, criando desta forma uma queda útil de 137,40 metros.
A barragem, a mesma da antiga Central Hídrica da Fajã Redondo, foi alvo de
beneficiação geral bem como o canal com 550 m de extensão. Foi criado um desare-nador entre o canal e a câmara de carga com a finalidade de reduzir a quantidade de partículas sólidas na água. A câmara de carga também foi alvo de beneficiação onde se procedeu à instalação de um limpa--grelhas automático. A conduta forçada foi integralmente substituída e crescentada, tendo agora uma extensão de 903 m e um diâmetro de 600 milímetros. Na central encontra-se instalada uma turbina Pelton de eixo vertical, de 4 jatos com uma potência máxima de 680 kW
Fonte: EDA RENOVÁVEIS – GRUPO EDA

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S.I.