10 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz - Praia das Conchas
near Santa Cruz, Lisboa (Portugal)
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Itinerary description
nota: o texto contém imagem e links que não são visíveis na app wikiloc
O percurso
Foi um dia de muito vento, 30 km/h, 18ºC à partida.
Deixamos o carro no mesmo lugar da etapa 9 num dos lugares de parqueamento na praia central de Santa Cruz, e partimos rumo ao norte.
As falésias não nos cansam. A paisagem continua dominada por esta costa rochosa e frisada, enquanto lá em baixo, em câmara lenta graças à distância, as ondas se aproximam da gosta em fitas rectilineas muito certinhas propiciadas pelos fundos de lajes planas.
Sucedem-se as praias. Praia da Física, Praia do Mirante, do Navio, Praia do Amanhã, Praia da Mexilhoeira, Praia do Seixo... chegados à praia de Santa Rita (sul), descemos a falésia e abrigamo-nos num recanto protegido do Norte, para um snack.
Prosseguimos depois, subindo de novo no final da Praia de Santa Rita Norte (Grão d'Areia) e em poucos passos estávamos a atravessar o rio Alcabrichel, frente à Praia de Porto Novo. Logo ao lado subimos a escadaria que nos leva ao Hotel Golf Mar, apreciamos as vistas no miradouro que ali há, e avançamos para trás do Hotel, junto da falésia, até que bordejamos mais um belo arco de areia abrigado lá em baixo, a Praia das Conchas.
Temos 7,5 Km feitos, e é aqui que deixamos a costa, entrando logo em zona rural, campos arados, forragem a nascer. Um rebanho de cabras com mais de cem cabeças. Estufas. Incrível a mudança do mundo dos guarda-sois e óculos escuros para o mundo da mais antiga forma de produção de riqueza, do sustento - a agricultura e a pecuária.
As muitas voltinhas pelos campos acabam na N247, que tomamos à direita, e logo adiante entramos em Maceira, terra de termas e das Águas do Vimeiro.
Um trilho endiabrado leva-nos acima, no morro sobranceiro, à Lapa da Raínha, uma gruta onde foram feitos achados arqueológicos; depois voltamos a descer e fomos em frente, ao complexo das piscinas (fechado em época Covid), onde "acampamos" à entrada para comer a merenda e fazer o café. Do outro lado da estrada, fica a Fonte de Santa Isabel, a Raínha que terá descoberto que aqui na zona existiam águas que lhe faziam bem à pele (?).
Depois do descanso, o agradável vale do rio Alcabrichel é o nosso guia até junto das Velhas Termas do Vimeiro. Ao longo da estrada diversas são as grutas que vemos, o terreno é fortemente cársico, todo aquele relevo deve ser como um queijo suíco...
Tomamos um caminho atrás das termas, e um pouco depois deixámo-lo para seguir à esquerda um trilho que sobe sempre, levando-nos deste canhão carsico ate a planície, lá em cima, onde tomamos um estradão de saibro branco
Segue-se depois um trilho que vai passar a um cruzeiro, mesmo sobre o convento de Penafirme, bem indicado pelos braços da cruz, que parece ali colocada para sinalizar a posição do convento, já que quem vem do interior só o vê mesmo ao chegar ali à borda da duna fóssil
Daí um escorregadio trilho usado pelos downhilers leva-nos lá mesmo abaixo, onde tomamos a rede de estradas municipais pelo meio de estufas de tomate e campos de batata doce para no final nos metermos na N247 que nos deixa em Santa Cruz. Estes ultimos 2,5 Km na 247 são um frete, embora sempre com passeio para os peões e portanto sem grande risco.
Porto Novo
Uma calma praia, na foz do rio Alcabrichel, o qual ali chega depois de desenhar largos meandros ao longo de um belo vale, rodeado de escarpas cobertas de densa vegetação e onde proliferam grutas que já foram morada de homens pré-históricos.
Foi a esta praia que aportaram tropas britânicas que vieram fazer frente às de Napoleão, na Batalha do Vimeiro, em 1807, episódio de relevo n anossa História e da Europa.
De uma capela mandada construir por D. Dinis ou do forte para defesa das investidas dos piratas, mandado construir por D. Afonso VI, nada resta.
Maceira
É um local atarefado, com a proximidade dos Hotéis, das Termas e da praia. Tem Festa religiosa em 15 de Agosto (Nossa Senhora da Conceição).
E ali perto ficam dois pontos notáveis:
A Gruta da Lapa da Raínha
Retirado do site da DGPC: Contrariamente ao que supuseram alguns investigadores (Cf. ZILHÃO, J., 1994), estaremos perante uma estação do Paleolítico, não de transição do médio para o superior (moustero-aurignacense) (RIBEIRO, J. P. C., Idem, p. 67), mas plenamente superior e, mais propriamente, do Solutrense, representado, neste caso, pela presença de indústria lítica (a exemplo de uma ponta de retoque plano) que lhe é característica, assim como de restos de fauna, tendo sido ainda encontrados corantes utilizados em pinturas e, muito provavelmente, em tatuagens corporais.
Termas do Vimeiro
Ficam a maio caminho entre a Maceira e a praia de Porto Novo. Há referências à existência de dois banhos em 1845, e em 1867 faz-se a primeira análise oficial às águas destas emergências.
Ruínas do Convento Velho de Penafirme
Reza a tradição que, em 840, Santo Ancireno, um frade eremita de origem alemã da ordem de Santo Agostinho, fundou em 840 o convento original perto da praia de Porto Novo, dedicado a Nossa Senhora da Graça. Passavam poucos anos do achado do túmulo do Apóstolo Santaigo e avançava península fora a reconquista; mas em Torres Vedras ainda viviam muito muçulmanos, e a convivência com os eremitas Cristãos não era fácil pelo que eles rápido se mudaram para o convento.
A erosão da costa não pára, e esta é uma zona muito movimentada em termos da linha de costa. o Convento acabou por ter que mudar de lugar no século XIII e de novo no ´seculo XVI, ficando frente à praia de Santa Rita.
Mas em 1755 o sismo viria a ditar o seu fim: o que não foi arrasado eplo abalo, foi-o depois pelo maremoto. E assim se construiu o Convento Novo, o actualmente existente, localizado em Penafirme, concluído em 1790.
O modesto complexo é circundado por muro (do qual ainda restam vestígios) e constituído por uma igreja e dependências conventuais (das quais se reconhecem a sacristia, o claustro e as celas).
De planta longitudinal composta, o complexo é formado por 2 corpos distintos, um orientado de O. para E. (igreja) e outro orientado de N. para S. (celas). No lado S. do convento encontram-se vestígios de um possível canal (onde se identificam restos de cerâmica vidrada) que transportaria água para o edifício).
(Mais informação em monumentos.gov.pt)
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
-- x --
O percurso
Foi um dia de muito vento, 30 km/h, 18ºC à partida.
Deixamos o carro no mesmo lugar da etapa 9 num dos lugares de parqueamento na praia central de Santa Cruz, e partimos rumo ao norte.
As falésias não nos cansam. A paisagem continua dominada por esta costa rochosa e frisada, enquanto lá em baixo, em câmara lenta graças à distância, as ondas se aproximam da gosta em fitas rectilineas muito certinhas propiciadas pelos fundos de lajes planas.
Sucedem-se as praias. Praia da Física, Praia do Mirante, do Navio, Praia do Amanhã, Praia da Mexilhoeira, Praia do Seixo... chegados à praia de Santa Rita (sul), descemos a falésia e abrigamo-nos num recanto protegido do Norte, para um snack.
Prosseguimos depois, subindo de novo no final da Praia de Santa Rita Norte (Grão d'Areia) e em poucos passos estávamos a atravessar o rio Alcabrichel, frente à Praia de Porto Novo. Logo ao lado subimos a escadaria que nos leva ao Hotel Golf Mar, apreciamos as vistas no miradouro que ali há, e avançamos para trás do Hotel, junto da falésia, até que bordejamos mais um belo arco de areia abrigado lá em baixo, a Praia das Conchas.
Temos 7,5 Km feitos, e é aqui que deixamos a costa, entrando logo em zona rural, campos arados, forragem a nascer. Um rebanho de cabras com mais de cem cabeças. Estufas. Incrível a mudança do mundo dos guarda-sois e óculos escuros para o mundo da mais antiga forma de produção de riqueza, do sustento - a agricultura e a pecuária.
As muitas voltinhas pelos campos acabam na N247, que tomamos à direita, e logo adiante entramos em Maceira, terra de termas e das Águas do Vimeiro.
Um trilho endiabrado leva-nos acima, no morro sobranceiro, à Lapa da Raínha, uma gruta onde foram feitos achados arqueológicos; depois voltamos a descer e fomos em frente, ao complexo das piscinas (fechado em época Covid), onde "acampamos" à entrada para comer a merenda e fazer o café. Do outro lado da estrada, fica a Fonte de Santa Isabel, a Raínha que terá descoberto que aqui na zona existiam águas que lhe faziam bem à pele (?).
Depois do descanso, o agradável vale do rio Alcabrichel é o nosso guia até junto das Velhas Termas do Vimeiro. Ao longo da estrada diversas são as grutas que vemos, o terreno é fortemente cársico, todo aquele relevo deve ser como um queijo suíco...
Tomamos um caminho atrás das termas, e um pouco depois deixámo-lo para seguir à esquerda um trilho que sobe sempre, levando-nos deste canhão carsico ate a planície, lá em cima, onde tomamos um estradão de saibro branco
Segue-se depois um trilho que vai passar a um cruzeiro, mesmo sobre o convento de Penafirme, bem indicado pelos braços da cruz, que parece ali colocada para sinalizar a posição do convento, já que quem vem do interior só o vê mesmo ao chegar ali à borda da duna fóssil
Daí um escorregadio trilho usado pelos downhilers leva-nos lá mesmo abaixo, onde tomamos a rede de estradas municipais pelo meio de estufas de tomate e campos de batata doce para no final nos metermos na N247 que nos deixa em Santa Cruz. Estes ultimos 2,5 Km na 247 são um frete, embora sempre com passeio para os peões e portanto sem grande risco.
Porto Novo
Uma calma praia, na foz do rio Alcabrichel, o qual ali chega depois de desenhar largos meandros ao longo de um belo vale, rodeado de escarpas cobertas de densa vegetação e onde proliferam grutas que já foram morada de homens pré-históricos.
Foi a esta praia que aportaram tropas britânicas que vieram fazer frente às de Napoleão, na Batalha do Vimeiro, em 1807, episódio de relevo n anossa História e da Europa.
De uma capela mandada construir por D. Dinis ou do forte para defesa das investidas dos piratas, mandado construir por D. Afonso VI, nada resta.
Maceira
É um local atarefado, com a proximidade dos Hotéis, das Termas e da praia. Tem Festa religiosa em 15 de Agosto (Nossa Senhora da Conceição).
E ali perto ficam dois pontos notáveis:
A Gruta da Lapa da Raínha
Retirado do site da DGPC: Contrariamente ao que supuseram alguns investigadores (Cf. ZILHÃO, J., 1994), estaremos perante uma estação do Paleolítico, não de transição do médio para o superior (moustero-aurignacense) (RIBEIRO, J. P. C., Idem, p. 67), mas plenamente superior e, mais propriamente, do Solutrense, representado, neste caso, pela presença de indústria lítica (a exemplo de uma ponta de retoque plano) que lhe é característica, assim como de restos de fauna, tendo sido ainda encontrados corantes utilizados em pinturas e, muito provavelmente, em tatuagens corporais.
Termas do Vimeiro
Ficam a maio caminho entre a Maceira e a praia de Porto Novo. Há referências à existência de dois banhos em 1845, e em 1867 faz-se a primeira análise oficial às águas destas emergências.
Ruínas do Convento Velho de Penafirme
Reza a tradição que, em 840, Santo Ancireno, um frade eremita de origem alemã da ordem de Santo Agostinho, fundou em 840 o convento original perto da praia de Porto Novo, dedicado a Nossa Senhora da Graça. Passavam poucos anos do achado do túmulo do Apóstolo Santaigo e avançava península fora a reconquista; mas em Torres Vedras ainda viviam muito muçulmanos, e a convivência com os eremitas Cristãos não era fácil pelo que eles rápido se mudaram para o convento.
A erosão da costa não pára, e esta é uma zona muito movimentada em termos da linha de costa. o Convento acabou por ter que mudar de lugar no século XIII e de novo no ´seculo XVI, ficando frente à praia de Santa Rita.
Mas em 1755 o sismo viria a ditar o seu fim: o que não foi arrasado eplo abalo, foi-o depois pelo maremoto. E assim se construiu o Convento Novo, o actualmente existente, localizado em Penafirme, concluído em 1790.
O modesto complexo é circundado por muro (do qual ainda restam vestígios) e constituído por uma igreja e dependências conventuais (das quais se reconhecem a sacristia, o claustro e as celas).
De planta longitudinal composta, o complexo é formado por 2 corpos distintos, um orientado de O. para E. (igreja) e outro orientado de N. para S. (celas). No lado S. do convento encontram-se vestígios de um possível canal (onde se identificam restos de cerâmica vidrada) que transportaria água para o edifício).
(Mais informação em monumentos.gov.pt)
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
- 01 A Costa dos Anéis ooo Algés > Estoril (Tamariz) 18.2 km
- 02 A Costa dos Anéis ooo Estoril (Tamariz) > Forte do Guincho (Abano) 23.1 km
- 03 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Forte do Guincho (Abano) 16.3 Km
- 04 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Azenhas do Mar 21.7 Km
- 05 A Costa dos Anéis ooo Azenhas do Mar > Ribeira da Mata (Samarra) 22.4 Km
- 06 A Costa dos Anéis ooo Ribeira da Mata (Samarra) > Ericeira 25.0 Km
- 07 A Costa dos Anéis ooo Ericeira > Praia de São Lourenço 14.3 Km
- 08 A Costa dos Anéis ooo Praia de São Lourenço > Porto da Assenta 22.2 Km
- 09 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Porto de Assenta 26.5 Km
- 10 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Praia das Conchas 21.4 Km
- 11 A Costa dos Anéis ooo Praia das Conchas > Porto das Barcas
- 12 A Costa dos Anéis ooo Porto das Barcas > Forte do Paimogo
-- x --
Waypoints
Mountain hut
274 ft
Hotel Golf Mar
Religious site
270 ft
Igreja de Maceira
Car park
271 ft
Parking
Waypoint
206 ft
Poste indicador PR2 TVD
Beach
205 ft
Praia de Santa Rita
Beach
218 ft
Praia do Mirante parking
Beach
320 ft
Praia do Seixo
Provisioning
270 ft
Supermercado
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