09 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz - Porto de Assenta
near Santa Cruz, Lisboa (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
nota: o texto contém imagem e links que não são visíveis na app wikiloc
O percurso
Parqueamos num dos muitos lugares disponíveis junto à praia em Santa Cruz, que em Setembro não faltam. Logo ali descemos à areia onde avançamos um pouco, de modo a ir passar ao icónico Penedo do Guincho, um caprichoso rochedo de depósitos areníticos conglomeráticos que resta, isolado da falésia, nos terrenos onde se espreguiça a baixa-mar.
Fizemos as fotografias da praxe e subimos ao miradouro da Praia Formosa, logo ali ao lado.
De miradouro em miradouro, os nossos passos levaram-nos à Ermida de Santa Helena.
Estamos no Ecocaminho do Sizandro, que partilharemos durante um bocado do nosso percurso costeiro.
Segue-se o miradouro do Alto da Vela, onde o marco geodésico do mesmo nome não se cansa de mirar o mar.
Sempre junto da falésia trilhamos estreitos carreirinhos que se mantém abertos, de tão pisados por caminheiros, pescadores e bêtêtistas.
Descemos à Praia Azul e seguimos pelo areal até à praia da Foz do Sizandro, onde subimos de novo.
Descemos depois à Praia de Cambelas (praia da Horta) com intenção de subir pela do Baio, mas disseram-nos que tal era impossível.
Voltamos para trás - foi a primeira de muitas prospecções de caminho mal sucedidas que fizeram com que a versão limpa que agora publico, com 26.5 km, nos tenha "custado" na realidade 32km e muita demora.
Mais adiante, e sempre querendo chegar a Assenta pela borda da terra firme, fizemos longas tentativas, mas acabamos sempre por encontrar zonas de grande exposição ao abismo. Por fim inflectimos para a praia das Furnas e antes de lá descermos conseguimos encontrar caminho na borda da falésia, apenas com um dois bocados mais expostos e que na realidade podem ser feitos mais por dentro, pelo meio do campo.
Assim chegamos por fim ao almejado espaço de merendas na Assenta, uma varanda que fica junto da antiga casa da Guarda Fiscal, com larga vista para o Oceano. Foi aí que comemos a merenda e fizemos o nosso café, numa das duas mesas em madeira e com cobertura de que o espaço dispõe.
Depois começou a saga do regresso: primeiro umas centenas de metros comuns ao bocado da manhã, já que imposto pelas limitações da costa tínhamos feito um troço interior que mais não era do que o caminho de regresso.
Seguimos durante um tempo o trajecto da GR11. Apesar de deserta de gentes e agricultura, soube bem caminhar pela larga planura. À planura sucedeu terreno mais ondulado, dunas de areia consolidadas ineriores e depois um inesperado bosque de pinheiro e de eucalipo no qual nos internamos em demanda de um caminho que nos levaria a descrever o planeado e largo anel.
Mas o acesso a esse trajecto planeado estava cheio de mato, acabamos por optar flectir a NW e entrar em Cambelas e daí tomamos a direcção das Barrocas. Não tencionávamos lá chegar, mas de novo acabamos vencidos pelo desaparecimento de caminhos que ainda se divisam nas fotos de satélite, engolidos pela exploração agrícola. Pelo caminho passamos o marco geodésico do Casalinho e acabamos entrando nas Barrocas e daí tomar a direcção da Foz do Sizandro. No trajecto fizemos um desvio, fomos visitar o Forte de Gentias, estrutura das linhas de Torres, mas omiti esse desvio pois alonga o percurso e o forte não tem particular interesse, trata-se quase e só de elevações de terreno que revelam ali ter existido uma estrutura...
Assim chegamos à praia da Foz do Sizandro, onde já passáramos de manhã; daqui até ao Alto da Vela adoptamos um trajecto diferente do matinal, e só daí até ao final seguimos caminho quase idêntico.
Com os falhanços sucedidos, o anel acabou por ficar um pouco fechado e com zonas de contacto entre ida e regresso. Mas na costa da região oeste é sempre bom caminhar e respirar a maresia!
Santa Cruz
Uma das mais conhecidas praias da região Oeste.
E sempre as velhas linhas do Guia de Portugal da Fundação Calouste Gulbenkian a guiar os meus passos para descrever o sítio, neste caso através de um texto de Júlio Vieira que ali é citado:
"De uma largura e extensão imponentes, a Praia de Santa Cruz vai esbater-se ao Norte contra as arribas da Ponta da Vigia, que formam a
primeira saliência desse conjunto de pardacentos maciços de rochas que, numa larga periferia reentrante pelo mar, vão abruptamente cortar-se ao Cabo Carvoeiro... O Penedo do Guincho, ao Sul, uma bela rocha (com 30 metros de altura por 100 de circunferência), tendo na base uma espaçosa abóbada que o mar atravessa e que se passa a pé enxuto na maré baixa. Este maiestoso rochedo é da mesma estrutura da riba Amarela, que lhe fica fronteira e da qual fez parte integrante em épocas remotas. Um pouco mais ao mar e ao Sul do Penedo do Guincho, ergue-se a pedra que bole, formando com um outro rochedo paralelo como que as ameias gigantescas de ciclópica fortaleza. Sobranceiros a esses rochedos sobem-se os curiosos socalcos das Varandinhas, donde a vista se espraia e não se cansa de admirar a majestade do mar espumando de encontro aos penhascos... Estão as
Varandinhas ligadas a uma saliência de terreno constituído por uma greda azulada, que a mão do homem começou a derruir há um quarto de século com o fim de dar passagem para a Praia Formosa e que a acção do tempo e do mar hão-de acabar por eliminar de todo. Esse conjunto estabelece a separação entre a de Santa Cruz e a Praia Formosa, de aprumadas ribas e com pequenas grutas. Mais ao Sul esbarram os olhos com o escarpado da costa. Domina o horizonte, com a sua imponência, o Alto da Vela, cuja altura de 71 metros nos fecha a vista ao resto do litoral."
Para além do Penedo do Guincho, o percurso toca em dois outros interessantes ex-libris:
O Passeio dos Poetas, inaugurado em Junho de 2016, que atravessa locais relacionados com a presença de 3 poetas que com os seus textos engrandeceram Santa Cruz: Antero de Quental, João de Barros e Kazuo Dan.
e
A Azenha de Santa Cruz, que foi um moinho de cereais construído no final do século XV e que viria a funcionar ininterruptamente até meados da década de 50 do século XX!
A partir do século XIX integrava também um pisão, para apisoamento de tecidos. Actualmente, reconhecido pelo IGESPAR como imóvel de interesse público, está na posse da Câmara Municipal de Torres Vedras, restaurado em 2009 e visitável.
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
-- x --
O percurso
Parqueamos num dos muitos lugares disponíveis junto à praia em Santa Cruz, que em Setembro não faltam. Logo ali descemos à areia onde avançamos um pouco, de modo a ir passar ao icónico Penedo do Guincho, um caprichoso rochedo de depósitos areníticos conglomeráticos que resta, isolado da falésia, nos terrenos onde se espreguiça a baixa-mar.
Fizemos as fotografias da praxe e subimos ao miradouro da Praia Formosa, logo ali ao lado.
De miradouro em miradouro, os nossos passos levaram-nos à Ermida de Santa Helena.
Estamos no Ecocaminho do Sizandro, que partilharemos durante um bocado do nosso percurso costeiro.
Segue-se o miradouro do Alto da Vela, onde o marco geodésico do mesmo nome não se cansa de mirar o mar.
Sempre junto da falésia trilhamos estreitos carreirinhos que se mantém abertos, de tão pisados por caminheiros, pescadores e bêtêtistas.
Descemos à Praia Azul e seguimos pelo areal até à praia da Foz do Sizandro, onde subimos de novo.
Descemos depois à Praia de Cambelas (praia da Horta) com intenção de subir pela do Baio, mas disseram-nos que tal era impossível.
Voltamos para trás - foi a primeira de muitas prospecções de caminho mal sucedidas que fizeram com que a versão limpa que agora publico, com 26.5 km, nos tenha "custado" na realidade 32km e muita demora.
Mais adiante, e sempre querendo chegar a Assenta pela borda da terra firme, fizemos longas tentativas, mas acabamos sempre por encontrar zonas de grande exposição ao abismo. Por fim inflectimos para a praia das Furnas e antes de lá descermos conseguimos encontrar caminho na borda da falésia, apenas com um dois bocados mais expostos e que na realidade podem ser feitos mais por dentro, pelo meio do campo.
Assim chegamos por fim ao almejado espaço de merendas na Assenta, uma varanda que fica junto da antiga casa da Guarda Fiscal, com larga vista para o Oceano. Foi aí que comemos a merenda e fizemos o nosso café, numa das duas mesas em madeira e com cobertura de que o espaço dispõe.
Depois começou a saga do regresso: primeiro umas centenas de metros comuns ao bocado da manhã, já que imposto pelas limitações da costa tínhamos feito um troço interior que mais não era do que o caminho de regresso.
Seguimos durante um tempo o trajecto da GR11. Apesar de deserta de gentes e agricultura, soube bem caminhar pela larga planura. À planura sucedeu terreno mais ondulado, dunas de areia consolidadas ineriores e depois um inesperado bosque de pinheiro e de eucalipo no qual nos internamos em demanda de um caminho que nos levaria a descrever o planeado e largo anel.
Mas o acesso a esse trajecto planeado estava cheio de mato, acabamos por optar flectir a NW e entrar em Cambelas e daí tomamos a direcção das Barrocas. Não tencionávamos lá chegar, mas de novo acabamos vencidos pelo desaparecimento de caminhos que ainda se divisam nas fotos de satélite, engolidos pela exploração agrícola. Pelo caminho passamos o marco geodésico do Casalinho e acabamos entrando nas Barrocas e daí tomar a direcção da Foz do Sizandro. No trajecto fizemos um desvio, fomos visitar o Forte de Gentias, estrutura das linhas de Torres, mas omiti esse desvio pois alonga o percurso e o forte não tem particular interesse, trata-se quase e só de elevações de terreno que revelam ali ter existido uma estrutura...
Assim chegamos à praia da Foz do Sizandro, onde já passáramos de manhã; daqui até ao Alto da Vela adoptamos um trajecto diferente do matinal, e só daí até ao final seguimos caminho quase idêntico.
Com os falhanços sucedidos, o anel acabou por ficar um pouco fechado e com zonas de contacto entre ida e regresso. Mas na costa da região oeste é sempre bom caminhar e respirar a maresia!
Santa Cruz
Uma das mais conhecidas praias da região Oeste.
E sempre as velhas linhas do Guia de Portugal da Fundação Calouste Gulbenkian a guiar os meus passos para descrever o sítio, neste caso através de um texto de Júlio Vieira que ali é citado:
"De uma largura e extensão imponentes, a Praia de Santa Cruz vai esbater-se ao Norte contra as arribas da Ponta da Vigia, que formam a
primeira saliência desse conjunto de pardacentos maciços de rochas que, numa larga periferia reentrante pelo mar, vão abruptamente cortar-se ao Cabo Carvoeiro... O Penedo do Guincho, ao Sul, uma bela rocha (com 30 metros de altura por 100 de circunferência), tendo na base uma espaçosa abóbada que o mar atravessa e que se passa a pé enxuto na maré baixa. Este maiestoso rochedo é da mesma estrutura da riba Amarela, que lhe fica fronteira e da qual fez parte integrante em épocas remotas. Um pouco mais ao mar e ao Sul do Penedo do Guincho, ergue-se a pedra que bole, formando com um outro rochedo paralelo como que as ameias gigantescas de ciclópica fortaleza. Sobranceiros a esses rochedos sobem-se os curiosos socalcos das Varandinhas, donde a vista se espraia e não se cansa de admirar a majestade do mar espumando de encontro aos penhascos... Estão as
Varandinhas ligadas a uma saliência de terreno constituído por uma greda azulada, que a mão do homem começou a derruir há um quarto de século com o fim de dar passagem para a Praia Formosa e que a acção do tempo e do mar hão-de acabar por eliminar de todo. Esse conjunto estabelece a separação entre a de Santa Cruz e a Praia Formosa, de aprumadas ribas e com pequenas grutas. Mais ao Sul esbarram os olhos com o escarpado da costa. Domina o horizonte, com a sua imponência, o Alto da Vela, cuja altura de 71 metros nos fecha a vista ao resto do litoral."
Para além do Penedo do Guincho, o percurso toca em dois outros interessantes ex-libris:
O Passeio dos Poetas, inaugurado em Junho de 2016, que atravessa locais relacionados com a presença de 3 poetas que com os seus textos engrandeceram Santa Cruz: Antero de Quental, João de Barros e Kazuo Dan.
e
A Azenha de Santa Cruz, que foi um moinho de cereais construído no final do século XV e que viria a funcionar ininterruptamente até meados da década de 50 do século XX!
A partir do século XIX integrava também um pisão, para apisoamento de tecidos. Actualmente, reconhecido pelo IGESPAR como imóvel de interesse público, está na posse da Câmara Municipal de Torres Vedras, restaurado em 2009 e visitável.
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
- 01 A Costa dos Anéis ooo Algés > Estoril (Tamariz) 18.2 km
- 02 A Costa dos Anéis ooo Estoril (Tamariz) > Forte do Guincho (Abano) 23.1 km
- 03 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Forte do Guincho (Abano) 16.3 Km
- 04 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Azenhas do Mar 21.7 Km
- 05 A Costa dos Anéis ooo Azenhas do Mar > Ribeira da Mata (Samarra) 22.4 Km
- 06 A Costa dos Anéis ooo Ribeira da Mata (Samarra) > Ericeira 25.0 Km
- 07 A Costa dos Anéis ooo Ericeira > Praia de São Lourenço 14.3 Km
- 08 A Costa dos Anéis ooo Praia de São Lourenço > Porto da Assenta 22.2 Km
- 09 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Porto de Assenta 26.5 Km
- 10 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Praia das Conchas 21.4 Km
- 11 A Costa dos Anéis ooo Praia das Conchas > Porto das Barcas
- 12 A Costa dos Anéis ooo Porto das Barcas > Forte do Paimogo
-- x --
Waypoints
Monument
-79 ft
Azenha de Santa Cruz
Waypoint
-212 ft
Bancos com sombra
Fountain
-182 ft
Bebedouro
Waypoint
0 ft
Cambelas
Ruins
6 ft
Forte de Gentias
Beach
14 ft
Praia de Cambelas
Fountain
109 ft
Torneira
Waypoint
-184 ft
Wc
Waypoint
-211 ft
Wc e sinal GR11
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