06 A Costa dos Anéis ooo Ribeira da Mata (Samarra) - Ericeira
near Barril de Baixo, Lisboa (Portugal)
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Itinerary description
O Percurso
Embora os pontos extremos sejam a Ribeira da Mata e a Ericeira, na verdade começamos e terminamos a etapa na Praia da Vigia, onde existe parking para confortávelmente deixar o carro. Subimos até à Ericeira, e depois pelo interior viemos até à Ribeira da Mata, onde retomamos a costa até ao ponto de partida.
A primeira praia com que nos deparamos depois de partir foi a de S. Julião, onde atravessamos o rio Falcão, que faz ali a linha divisória entre os concelhos de Sintra e Mafra. Subimos do outro lado para logo encontrarmos um dos locais de culto do dia: a Ermida de S. Julião e as casas dos romeiros, um local bonito e que inspira muita paz.
Retomado o caminho, vamo-nos fascinando com a costa, falésias profundamente erodidas pela acção do tempo, até que chegamos a uma das furnas que as águas, ventos e maré ajudaram a criar. Um fundo buraco, exibindo as entranhas destes leitos marinhos que vão consolidando com o passar dos anos. Milhões de anos. Logo a seguir é uma brecha, funda, muito funda e escura, uma ferida que mostra bem que daqui a uns milhares de anos aqui haverá mais uma das muitas reentrâncias litorais que fazem com que o nosso caminho nesta Costa dos Anéis nunca seja monótono.
Logo logo descemos e atravessamos a vau o Lizandro, para entrar na praia com o mesmo nome, que se estande na sua foz. Depois de subir fomos contemplando ao longo do caminho a beleza das lajes que se estendem oceano adentro. Talvez essa a razão pela qual alguém ali construiu o Miradouro da Carvoeira.
Mais uns passos e estávamos já a entrar na Ericeira, onde sentamos um pouco a contemplar a paisagem, num miradouro sobre a Praia dos Sul. Depois veio a Praia dos Pescadores, e mais adiante outro belo monumento religioso, a capela de São Sebastião, a mirar a praia com o mesmo nome. E foi na escadaria de acesso à praia que encontramos uns bancos ideais para comer a merenda com vistas. Logo ao lado fica, protegida por uma grade, a fonte de São Sebastião.
Praia do Miradouro, depois Praia da Pedra Branca, e tivemos mesmo que nos meter à estrada, até chegar à BP; aí tomamos a Variante Norte da Ericeira, o pior bocado do nosso percurso. Segue-se um pedaço pela N116, e depois pela EM550, até que finalmente deixamos a paisagem mais urbana e voltamos a terrenos mais rústicos e atingimos então o mais importante dos monumentos religiosos de percurso: a Capela da Senhora do Ó.
Atravessamos de novo o LIzandro pela ponte medieval do Porto do Ó em breve estávamos a passar na Capela de Santo António, já na Carvoeira. Daqui continuamos para SW até atingir a costa na Ribeira da Mata, ponto onde termináramos a etapa anterior, e daí em pouco passos pela costa chegamos de novo à Praia da Vigia.
Ermida de S. Julião
O Cruzeiro de São Julião é datado de 1784, e ostenta o monograma de Manuel Teixeira, ilustre cabalista e provável criador do percurso Caminho das Almas, unindo este local ao cemitério de Nossa Senhora do Ó.
Aqui se cumpre, no primeiro Domingo de Setembro, a visita anual do Círio da Água-Pé.
A ermida que hoje vemos é do séc. XVIII, dedicada a São Julião e a Santa Basilissa, mas deve ter sido edificada sobre outra anterior, pois existem referências a eremitas aqui instalados desde a segunda metade do século XVI, nomeadamente Mateus Álvares, que ficou célebre por pretender fazer-se passar por D. Sebastião. (história mais complexa e que ainda não estudei muito bem...)
Rio Lizandro
Um dos rios mais emblemáticos da região Oeste, com 30km de extensão e que nasce (provavelmente) em Almargem do Bispo e desagua na freguesia da Carvoeira, na praia da Foz do Lizandro. Tem um desnível apreciável e por isso várias cascatas que constituem lugares aprazíveis.
Também é conhecido por Rio de Cheleiros e tem caudal muito sazonal - a foz em certas alturas do ano encontra-se fechada por uma língua de areia, sendo necessário a abertura por meios mecânicos; em tempos idos as cheias eram constantes, nas épocas do ano mais pluviosas
Capela de São Sebastião
Do site da Câmara:
A Capela de São Sebastião remonta aos séculos XV/XVI e encontra-se na zona norte da vila da Ericeira, junto às praias do Algodio e São Sebastião.
A atual arquitetura do monumento permite observar diferentes elementos provenientes de épocas distintas. São os casos do altar - que terá sido colocado no seu interior em 1567 a pedido de um grupo de moradores da Ericeira - e dos azulejos do século XVII que forram o interior da ermida. O espaço sofreu obras de ampliação em 1678.
A confraria de S. Sebastião, constituída exclusivamente por rapazes solteiros, tinha sede na capela. Até 1968 ali estiveram as tumbas deste grupo, entretanto transferidas para a Misericórdia, juntamente com as existentes na Igreja Paroquial.
Desde há vários anos que no final de janeiro se realizam junto à capela as Festas em Honra de S. Sebastião e S. Vicente, em tempos a maior celebração da vila e arredores. Hoje em dia, os festejos são também conhecidos como Festa dos Bêbados. Depois da celebração da missa, as gentes da Ericeira (e demais visitantes) juntam-se no largo da Igreja para dançar ao som de música popular, comer bolos regionais e beber um copo de vinho tinto proveniente de pipas oferecidas para o evento.
... e do site da Paroquia:
As festas em honra do mártir S. Sebastião foram em tempos as maiores da vila e arredores e devido à sua imponência eram realizadas na igreja de S. Pedro, sendo que, a imagem do Mártir reconduzida em procissão para a sua capela no dia de S. Vicente (22 de janeiro) onde festejavam então os dois mártires.
Pormenor curioso era que esta procissão se realizava a "passo acelerado, esbofando os da música que, apesar do tempo ser quase sempre fresco, chegavam encharcados em suor". Isto sucedia devido à proibição, desde 1702, pela Visitação Eclesiástica, existente de "bailes, comezainas e bodegas" que "devassavam o templo" nas festas em honra de S. Vicente e S. Sebastião - 20 e 22 de janeiro.
Atualmente celebram-se os dois mártires na capela de S. Sebastião, no domingo mais próximo de 20 de janeiro celebra-se S. Sebastião e a 22 de janeiro S. Vicente.
Igreja de Nossa Senhora do Ó
A igreja implanta-se num local de ancestral sacralidade, onde foram identificados níveis de ocupação de época romana. A utilização religiosa do espaço está testemunhada desde época paleocristã, tendo-se identificado sucessivos níveis de tumulação até à Baixa Idade Média. Em 1988 a igreja foi assaltada, desaparecendo a quase a totalidade das imagens, incluindo a de Nossa Senhora do Ó. Igualmente nos anos 80 todo o conjunto foi restaurado (patrimoniocultural.gov.pt)
Rodeia o edifício um muro que foi construído para proteger o adro das cheias do Lizandro; lá dentro há um cruzeiro com a inscrição "AVE CRUX / SPES VNICA". No degrau figura a data de 1668 - ainda antes de aqui vir terminar o Caminho das Almas (o adro servia então também como cemitério).
Ponte da Senhora do Porto ou do Ó
É uma ponte formada por dois arcos de volta perfeita, mais um pequeno para ajuda no escoamento de cheias. A referência ao "porto" pode vir de um antigo porto de desembarque de carvão, em tempos em que o rio seria navegado por muitos barcos com esta mercadoria, o que estaria também na origem do nome da freguesia, Carvoeira. Em 2013, durante a construção da ETAR apareceram vestígios romanos que reforçam a teoria de que a ponte, talvez construída no séc. XIV, terá escondido fundações de outra romana.
Capela Santo António
Fundada em 1734 pelo padre Ventura da Fonseca, esta capela assumiu particular importância porque servia de local de culto em substituição da Senhora do Ó, nos períodos de cheia do Lizandro.
Ericeira
Uma vila com mais de 10000 habitantes e muitos turistas, mas cuja importância vem de há muito tempo, provavelmente entreposto comercial dos Fenícios.
O nome terá vindo dos ouriços-cacheiros que pelos vistos abundavam por aqui, e que já figuravam num antigo brasão da vila.
O primeiro foral data de 1229, concedido pelo Grão-Mestre da Ordem de Aviz, Dom Frei Fernão Rodrigues Monteiro.
Terra de pescadores, no séc. XIII a baleia, toninha e o delfim eram abundantemente pescados por aqui. No séc. XVI deram lugar oa rodovalho e à pescada.
No séc. XIX a Ericeira atinge o ponto alto da sua importância: o porto, dotado de alfândega, é o mais concorrido da Estremadura. Mas tudo muda e hoje é o turismo que impele a economia da terra, embora continue a estar no mar a génese do seu sucesso: não é o pescado mas o surf que movimenta tudo.
Foi aqui que se deu o embarque para o exílio da família real portuguesa, episódio que assinala o termo do regime monárquico e que coloca a Ericeira de forma incontornável na História de Portugal.
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
16 A Costa dos Anéis ooo Lagoa de Óbidos Sul
17 A Costa dos Anéis ooo Lagoa de Óbidos Norte
18 A Costa dos Anéis ooo Salir do Porto > Foz do Arelho
19 A Costa dos Anéis ooo Nazaré > Salir do Porto
20 A Costa dos Anéis ooo Nazaré > Praia da Areeira
21 A Costa dos Anéis ooo Pataias > Praia da Areeira > Paredes da Vitória
-- x --
Embora os pontos extremos sejam a Ribeira da Mata e a Ericeira, na verdade começamos e terminamos a etapa na Praia da Vigia, onde existe parking para confortávelmente deixar o carro. Subimos até à Ericeira, e depois pelo interior viemos até à Ribeira da Mata, onde retomamos a costa até ao ponto de partida.
A primeira praia com que nos deparamos depois de partir foi a de S. Julião, onde atravessamos o rio Falcão, que faz ali a linha divisória entre os concelhos de Sintra e Mafra. Subimos do outro lado para logo encontrarmos um dos locais de culto do dia: a Ermida de S. Julião e as casas dos romeiros, um local bonito e que inspira muita paz.
Retomado o caminho, vamo-nos fascinando com a costa, falésias profundamente erodidas pela acção do tempo, até que chegamos a uma das furnas que as águas, ventos e maré ajudaram a criar. Um fundo buraco, exibindo as entranhas destes leitos marinhos que vão consolidando com o passar dos anos. Milhões de anos. Logo a seguir é uma brecha, funda, muito funda e escura, uma ferida que mostra bem que daqui a uns milhares de anos aqui haverá mais uma das muitas reentrâncias litorais que fazem com que o nosso caminho nesta Costa dos Anéis nunca seja monótono.
Logo logo descemos e atravessamos a vau o Lizandro, para entrar na praia com o mesmo nome, que se estande na sua foz. Depois de subir fomos contemplando ao longo do caminho a beleza das lajes que se estendem oceano adentro. Talvez essa a razão pela qual alguém ali construiu o Miradouro da Carvoeira.
Mais uns passos e estávamos já a entrar na Ericeira, onde sentamos um pouco a contemplar a paisagem, num miradouro sobre a Praia dos Sul. Depois veio a Praia dos Pescadores, e mais adiante outro belo monumento religioso, a capela de São Sebastião, a mirar a praia com o mesmo nome. E foi na escadaria de acesso à praia que encontramos uns bancos ideais para comer a merenda com vistas. Logo ao lado fica, protegida por uma grade, a fonte de São Sebastião.
Praia do Miradouro, depois Praia da Pedra Branca, e tivemos mesmo que nos meter à estrada, até chegar à BP; aí tomamos a Variante Norte da Ericeira, o pior bocado do nosso percurso. Segue-se um pedaço pela N116, e depois pela EM550, até que finalmente deixamos a paisagem mais urbana e voltamos a terrenos mais rústicos e atingimos então o mais importante dos monumentos religiosos de percurso: a Capela da Senhora do Ó.
Atravessamos de novo o LIzandro pela ponte medieval do Porto do Ó em breve estávamos a passar na Capela de Santo António, já na Carvoeira. Daqui continuamos para SW até atingir a costa na Ribeira da Mata, ponto onde termináramos a etapa anterior, e daí em pouco passos pela costa chegamos de novo à Praia da Vigia.
Ermida de S. Julião
O Cruzeiro de São Julião é datado de 1784, e ostenta o monograma de Manuel Teixeira, ilustre cabalista e provável criador do percurso Caminho das Almas, unindo este local ao cemitério de Nossa Senhora do Ó.
Aqui se cumpre, no primeiro Domingo de Setembro, a visita anual do Círio da Água-Pé.
A ermida que hoje vemos é do séc. XVIII, dedicada a São Julião e a Santa Basilissa, mas deve ter sido edificada sobre outra anterior, pois existem referências a eremitas aqui instalados desde a segunda metade do século XVI, nomeadamente Mateus Álvares, que ficou célebre por pretender fazer-se passar por D. Sebastião. (história mais complexa e que ainda não estudei muito bem...)
Rio Lizandro
Um dos rios mais emblemáticos da região Oeste, com 30km de extensão e que nasce (provavelmente) em Almargem do Bispo e desagua na freguesia da Carvoeira, na praia da Foz do Lizandro. Tem um desnível apreciável e por isso várias cascatas que constituem lugares aprazíveis.
Também é conhecido por Rio de Cheleiros e tem caudal muito sazonal - a foz em certas alturas do ano encontra-se fechada por uma língua de areia, sendo necessário a abertura por meios mecânicos; em tempos idos as cheias eram constantes, nas épocas do ano mais pluviosas
Capela de São Sebastião
Do site da Câmara:
A Capela de São Sebastião remonta aos séculos XV/XVI e encontra-se na zona norte da vila da Ericeira, junto às praias do Algodio e São Sebastião.
A atual arquitetura do monumento permite observar diferentes elementos provenientes de épocas distintas. São os casos do altar - que terá sido colocado no seu interior em 1567 a pedido de um grupo de moradores da Ericeira - e dos azulejos do século XVII que forram o interior da ermida. O espaço sofreu obras de ampliação em 1678.
A confraria de S. Sebastião, constituída exclusivamente por rapazes solteiros, tinha sede na capela. Até 1968 ali estiveram as tumbas deste grupo, entretanto transferidas para a Misericórdia, juntamente com as existentes na Igreja Paroquial.
Desde há vários anos que no final de janeiro se realizam junto à capela as Festas em Honra de S. Sebastião e S. Vicente, em tempos a maior celebração da vila e arredores. Hoje em dia, os festejos são também conhecidos como Festa dos Bêbados. Depois da celebração da missa, as gentes da Ericeira (e demais visitantes) juntam-se no largo da Igreja para dançar ao som de música popular, comer bolos regionais e beber um copo de vinho tinto proveniente de pipas oferecidas para o evento.
... e do site da Paroquia:
As festas em honra do mártir S. Sebastião foram em tempos as maiores da vila e arredores e devido à sua imponência eram realizadas na igreja de S. Pedro, sendo que, a imagem do Mártir reconduzida em procissão para a sua capela no dia de S. Vicente (22 de janeiro) onde festejavam então os dois mártires.
Pormenor curioso era que esta procissão se realizava a "passo acelerado, esbofando os da música que, apesar do tempo ser quase sempre fresco, chegavam encharcados em suor". Isto sucedia devido à proibição, desde 1702, pela Visitação Eclesiástica, existente de "bailes, comezainas e bodegas" que "devassavam o templo" nas festas em honra de S. Vicente e S. Sebastião - 20 e 22 de janeiro.
Atualmente celebram-se os dois mártires na capela de S. Sebastião, no domingo mais próximo de 20 de janeiro celebra-se S. Sebastião e a 22 de janeiro S. Vicente.
Igreja de Nossa Senhora do Ó
A igreja implanta-se num local de ancestral sacralidade, onde foram identificados níveis de ocupação de época romana. A utilização religiosa do espaço está testemunhada desde época paleocristã, tendo-se identificado sucessivos níveis de tumulação até à Baixa Idade Média. Em 1988 a igreja foi assaltada, desaparecendo a quase a totalidade das imagens, incluindo a de Nossa Senhora do Ó. Igualmente nos anos 80 todo o conjunto foi restaurado (patrimoniocultural.gov.pt)
Rodeia o edifício um muro que foi construído para proteger o adro das cheias do Lizandro; lá dentro há um cruzeiro com a inscrição "AVE CRUX / SPES VNICA". No degrau figura a data de 1668 - ainda antes de aqui vir terminar o Caminho das Almas (o adro servia então também como cemitério).
Ponte da Senhora do Porto ou do Ó
É uma ponte formada por dois arcos de volta perfeita, mais um pequeno para ajuda no escoamento de cheias. A referência ao "porto" pode vir de um antigo porto de desembarque de carvão, em tempos em que o rio seria navegado por muitos barcos com esta mercadoria, o que estaria também na origem do nome da freguesia, Carvoeira. Em 2013, durante a construção da ETAR apareceram vestígios romanos que reforçam a teoria de que a ponte, talvez construída no séc. XIV, terá escondido fundações de outra romana.
Capela Santo António
Fundada em 1734 pelo padre Ventura da Fonseca, esta capela assumiu particular importância porque servia de local de culto em substituição da Senhora do Ó, nos períodos de cheia do Lizandro.
Ericeira
Uma vila com mais de 10000 habitantes e muitos turistas, mas cuja importância vem de há muito tempo, provavelmente entreposto comercial dos Fenícios.
O nome terá vindo dos ouriços-cacheiros que pelos vistos abundavam por aqui, e que já figuravam num antigo brasão da vila.
O primeiro foral data de 1229, concedido pelo Grão-Mestre da Ordem de Aviz, Dom Frei Fernão Rodrigues Monteiro.
Terra de pescadores, no séc. XIII a baleia, toninha e o delfim eram abundantemente pescados por aqui. No séc. XVI deram lugar oa rodovalho e à pescada.
No séc. XIX a Ericeira atinge o ponto alto da sua importância: o porto, dotado de alfândega, é o mais concorrido da Estremadura. Mas tudo muda e hoje é o turismo que impele a economia da terra, embora continue a estar no mar a génese do seu sucesso: não é o pescado mas o surf que movimenta tudo.
Foi aqui que se deu o embarque para o exílio da família real portuguesa, episódio que assinala o termo do regime monárquico e que coloca a Ericeira de forma incontornável na História de Portugal.
A Costa dos Anéis
O projecto começou há muito, vai sendo concretizado sem pressas. Não há agenda, não sei nem quando nem onde termina.
A ideia é simples: partindo de minha casa em Algés rumo a Norte, sempre junto da água, cobrir a costa de percursos em anel. Os percursos tocam-se, pelo que quem quiser meter uma tenda às costas pode ignorar o "lado terra" de cada anel e seguir sempre à vista do Azul (não é legal acampamento nem bivouac em Portugal fora das áreas autorizadas, eu não disse nada 🙂 )
Todos os percursos são em anel menos o primeiro, porque não achei interesse algum e fechar anéis na zona urbana: por isso a primeira etapa é uma anel que se faz a pé de Algés ao Estoril e de comboio no regresso. Esta é também a etapa menos desafiante e menos documentada fotográficamente.
Quanto aos outros anéis, o início pode ser no extremo Norte ou, mais frequentemente, no extremo Sul. A escolha é ditada pelas nossas conveniências de momento ou, geralmente, por um pormenor logístico: lugar conveniente para estacionar a viatura.
Etapas já feitas e respectivos links, se já publicados:
- 01 A Costa dos Anéis ooo Algés > Estoril (Tamariz) 18.2 km
- 02 A Costa dos Anéis ooo Estoril (Tamariz) > Forte do Guincho (Abano) 23.1 km
- 03 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Forte do Guincho (Abano) 16.3 Km
- 04 A Costa dos Anéis ooo Cabo da Roca > Azenhas do Mar 21.7 Km
- 05 A Costa dos Anéis ooo Azenhas do Mar > Ribeira da Mata (Samarra) 22.4 Km
- 06 A Costa dos Anéis ooo Ribeira da Mata (Samarra) > Ericeira 25.0 Km
- 07 A Costa dos Anéis ooo Ericeira > Praia de São Lourenço 14.3 Km
- 08 A Costa dos Anéis ooo Praia de São Lourenço > Porto da Assenta 22.2 Km
- 09 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Porto de Assenta 26.5 Km
- 10 A Costa dos Anéis ooo Santa Cruz > Praia das Conchas 21.4 Km
- 11 A Costa dos Anéis ooo Porto das Barcas > Praia das Conchas 17.5 Km
- 12 A Costa dos Anéis ooo Porto das Barcas > Forte do Paimogo 18.2 km
- 13 A Costa dos Anéis ooo Peniche > Forte do Paimogo 32.0 Km
- 14 A Costa dos Anéis ooo Peniche 15.5 Km
- 15 A Costa dos Anéis ooo Peniche > Praia de Rei Cortiço 35.0 Km
16 A Costa dos Anéis ooo Lagoa de Óbidos Sul
17 A Costa dos Anéis ooo Lagoa de Óbidos Norte
18 A Costa dos Anéis ooo Salir do Porto > Foz do Arelho
19 A Costa dos Anéis ooo Nazaré > Salir do Porto
20 A Costa dos Anéis ooo Nazaré > Praia da Areeira
21 A Costa dos Anéis ooo Pataias > Praia da Areeira > Paredes da Vitória
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Waypoints
Waypoint
289 ft
Barril
Provisioning
330 ft
CCR Barril Baleia Valbom - café
Waypoint
353 ft
Estradão finalmente!
Fountain
151 ft
Fonte Velha
Beach
1 ft
Praia de S. Julião (foz do Falcão)
Beach
44 ft
Praia do Norte
Praia do Algodio
Panorama
357 ft
Vista palacio Mafra
Vista palacio Mafra
Comments (2)
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parabéns pelo excelente trabalho e explicações. muito grato.
Obrigado, Luis, um abraço e bons caminhos!